Após identificar irregularidades na operação que totalizou R$ 12,2 bilhões, a área de supervisão do Banco Central determinou o desfecho da compra para restabelecer o balanço do Banco de Brasília (BRB). Devido à crise de liquidez, a maior parte da recomposição foi feita por meio de ativos do Master, o que levanta dúvidas sobre sua solidez.
Auditoria do Banco Central e risco de estabilidade do BRB
O presidente do BC, Roberto Galípolo, afirmou durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que “há um desfazimento das operações por outros ativos”. Ele explicou que o BC realiza uma auditoria para avaliar esses ativos, verificando, principalmente, se as garantias estão presentes e se os ativos estão adequados às condições de mercado.
“O risco que o BC vai olhar na auditoria é entender se os ativos estão adequados, se as garantias existem”, afirmou Galípolo. Ele reforçou ainda que a discussão sobre o valor de ativos não listados em bolsa é complexa e só é possível determinar seu valor real na hora da venda.
Incidência de informações e papel do Ministério Público
Segundo o presidente do BC, o processo de questionamento do valor dos ativos ocorreu após fiscalização identificar informações incompletas. Com o questionamento, foi iniciado o desfazimento da operação, mas Galípolo destacou que o BC tem a obrigação de informar o Ministério Público Federal (MPF) sobre o ocorrido.
“Isso não faz que o BC não tenha que informar ao MPF”, afirmou, reforçando a transparência do procedimento.
Motivações da operação e avaliação do BC
Questionado pelos senadores sobre as motivações do BRB na realização da operação irregular, Galípolo declarou que não cabe ao BC avaliar os motivos, pois essa atribuição é das investigações conduzidas por órgãos de fiscalização e Justiça.
“Várias questões foram colocadas sobre motivações, mas escapam dessa esfera de liquidez, passam para esfera de Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça”, explicou.
Perspectivas e possíveis consequências
Com a auditoria em andamento, o Banco Central avalia a solidez dos ativos repassados pelo Master ao BRB. Caso sejam identificados problemas, há possibilidade de intervenção estatal, incluindo a injeção de capital pelo governo do Distrito Federal, para garantir a estabilidade do banco.
A situação reforça a necessidade de acompanhamento rigoroso do mercado financeiro e da transparência nas operações de bancos estaduais, além de aprofundar o debate sobre a valorização de ativos não listados em bolsa.
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