Na última terça-feira (25/11), durante uma audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Galípolo, destacou que a instituição cumpriu com rigor todos os procedimentos legais relativos à liquidação do Banco Master, uma ação que levanta preocupações sobre a segurança no sistema bancário nacional e a ocorrência de fraudes financeiras.
O caso do Banco Master e as investigações em andamento
No dia 18 de novembro, o Banco Central decretou a liquidação do Banco Master, que está sob investigação por estar supostamente envolvido em um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos. Esse escândalo envolve várias instituições do Sistema Financeiro Nacional, incluindo o Banco de Brasília (BRB). As operações do banco foram alvo de diversas análises, e a ação do BC é uma resposta a essas irregularidades.
A decisão de liquidação foi feita em meio a um intenso trabalho conjunto com o Ministério Público, a Polícia Federal e a Justiça, como afirmou Galípolo. “O Banco Central trabalhou desde o primeiro minuto e, de novo, agradeço que o Ministério Público, a Polícia Federal, a Justiça, em cada passo que foi dado, o Banco Central seguiu (as normas)”, expressou o presidente durante a audiência.
A operação e prisões relacionadas
No mesmo dia da liquidação do Banco Master, a Polícia Federal executou um mandado de prisão contra o proprietário do banco, Daniel Bueno Vorcaro, que se tornou uma figura central nas investigações por suas ligações com as supostas fraudes. Além de Vorcaro, outras sete pessoas foram detidas, o que indica a gravidade do caso e a afirmação das autoridades sobre a necessidade de ações rápidas para proteger os investidores e o sistema financeiro.
A nomeação do liquidante e as próximas etapas
Após o anúncio da liquidação, o Banco Central nomeou a EFB Regimes Especiais de Empresas como a entidade responsável por administrar os ativos do Banco Master a partir de agora. Essa empresa, liderada pelo responsável técnico Eduardo Felix Bianchini, terá a tarefa de fazer a gestão dos bens e direitos do banco liquidado.
Uma das principais responsabilidades da EFB será elaborar uma lista de credores e os valores a serem pagos. Essa informação será encaminhada ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que atuará no processo de ressarcimento aos investidores. No entanto, ainda não há prazos definidos para o envio dessas listas, deixando investidores e stakeholders no aguardo de informações cruciais sobre a recuperação de seus ativos.
Transparência e ajustes no processo de fiscalização
Durante a audiência, Galípolo também abordou questões relacionadas a um suposto “acordo de leniência” que seu antecessor, Roberto Campos Neto, teria assinado. Este tema gerou polêmica e questionamentos sobre a transparência e a eficácia dos processos de supervisão do Banco Central, especialmente em relação ao funcionamento das contas “bolsão”, um mecanismo frequentemente utilizado por fintechs para movimentações financeiras.
A discussão sobre o “acordo de leniência” reflete uma necessidade mais ampla de confiança no sistema financeiro, à medida que os cidadãos e investidores buscam garantias de que suas finanças estão seguras contra fraudes e irregularidades. A atuação proativa do Banco Central neste caso pode ser vista como um esforço para transmitir esta confiança e reafirmar seu compromisso com a estabilidade financeira do Brasil.
As ações do Banco Central e as investigações em curso têm um impacto direto no sistema financeiro brasileiro, chamando a atenção para a importância de um monitoramento rigoroso e uma resposta rápida a quaisquer irregularidades. À medida que o caso do Banco Master se desenrola, a sociedade aguarda por esclarecimentos e resultados que assegurem a proteção dos investimentos e a manutenção da integridade do sistema financeiro.


