A gigante da tecnologia Apple anunciou uma onda de demissões que afetou dezenas de cargos de vendas ao redor do mundo, numa tentativa de reformular sua abordagem comercial para empresas, escolas e governos. As notícias foram confirmadas por funcionários e pessoas familiarizadas com o assunto, que revelaram que as mudanças ocorreram ao longo das últimas semanas.
Redução de cargos de vendas e reestruturação
Segundo fontes, os cortes abrangeram principalmente gerentes de contas que atendiam grandes clientes institucionais, além de equipes responsáveis pelos centros de briefing utilizados em apresentações para grandes potenciais clientes. A empresa confirmou que está reestruturando sua divisão de vendas, mas não detalhou o número de funcionários desligados.
Um porta-voz da Apple afirmou em comunicado que “para se conectar com ainda mais clientes, estamos promovendo mudanças na nossa equipe de vendas que afetam um pequeno número de cargos”. Ainda acrescentou que a companhia continua contratando e os funcionários demitidos podem candidatar-se a novas vagas.
Impacto e motivação das demissões
As demissões surpreenderam os funcionários, especialmente considerando o momento de forte crescimento da receita da Apple, que pretende alcançar quase US$ 140 bilhões em vendas no trimestre de dezembro, superando recordes anteriores. Internamente, a justificativa oficial para as mudanças é a simplificação da força de vendas e eliminação de responsabilidades sobrepostas.
No entanto, alguns trabalhadores acreditam que a realidade por trás da medida seja um esforço de transferir parte das vendas para revendedores terceirizados, chamados de “o canal”, o que pode refletir uma estratégia de redução de custos internos, como salários.
Plano de expansão com novo produto e estratégias de mercado
Além das demissões, a Apple está planejando lançar um novo laptop de baixo custo no início do próximo ano, uma tentativa de ampliar sua atuação no setor educacional e empresarial. A iniciativa visa conquistar novos clientes e fortalecer presença nesses mercados emergentes.
Apesar das demissões na divisão de vendas, a companhia mantém um desempenho financeiro sólido, com previsão de registros próximos a US$ 140 bilhões em vendas no próximo trimestre. A expectativa é que os cortes afetem principalmente equipes específicas, como a encarregada do atendimento ao setor governamental, que já vinha enfrentando dificuldades devido às restrições orçamentárias e cortes de gastos dos Estados Unidos.
Contexto e comparação com o setor
Internamente, a Apple costuma fazer ajustes na força de trabalho de tempos em tempos. Seu CEO, Tim Cook, declarou anteriormente que a empresa evita demissões e só opta por elas como última alternativa, sempre buscando minimizar o impacto na equipe e cumprir obrigações legais, como as notificações WARN nos Estados Unidos.
As recentes demissões na Apple representam uma das maiores ondas do gênero nos últimos tempos, sobretudo após uma fase de cortes mais limitados no início do ano. A companhia também realizou ajustes em equipes de inteligência artificial e de projetos relacionados a veículos autônomos, alguns deles agora encerrados.
Reações e próximos passos
Funcionários afetados terão até 20 de janeiro para se candidatarem a novas funções dentro da própria Apple, com a empresa oferecendo pacotes de rescisão para quem não for remanejado. Internamente, a estratégia é reduzir custos através da transferência de responsabilidades para revendedores terceirizados, facilitando a redução de custos com salários e benefícios.
A situação da Apple difere de outras empresas de tecnologia, como Amazon e Meta, que continuam realizando cortes mais amplos e frequentes. Ainda assim, o cenário reflete um momento de ajustes no setor diante de incertezas econômicas globais e estratégias de controle de gastos.
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