Brasil, 25 de novembro de 2025
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Alunas da UFG vencem prêmio do Itamaraty com estudo sobre mulheres negras

Maria Tereza e Gabrielly foram premiadas por analisar o racismo ambiental durante a COP29 e a invisibilidade das mulheres negras.

Goiânia – As alunas do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Maria Tereza Santos Pereira e Gabrielly Pereira Fonseca, conquistaram a 1ª edição do Prêmio Mônica Menezes Campos. O reconhecimento é destinado a pesquisas que tratam de questões relevantes na política externa brasileira e, neste caso, o artigo apresentado por elas analisa como o racismo ambiental impacta mulheres negras no Brasil. A pesquisa destaca a invisibilidade de suas experiências, especialmente em eventos internacionais como a 29ª Conferência das Partes (COP29), que ocorreu após a assinatura do Acordo de Paris.

A iniciativa do Ministério das Relações Exteriores (MRE) busca valorizar a produção intelectual de pesquisadores negros na área de política externa.

Estudo premiado aborda racismo ambiental

O artigo premiado de Maria Tereza e Gabrielly, intitulado “Como o racismo ambiental afeta mulheres negras no Brasil e de que maneira sua invisibilidade se reproduz na 29ª Conferência das Partes após o Acordo de Paris?” avalia discursos proferidos pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. A análise crítica e a robustez metodológica do estudo foram destacadas positivamente pelos avaliadores, o que contribuiu para a conquista do prêmio.

Este reconhecimento, inédito para o estado de Goiás, não apenas valoriza a UFG nesse novo circuito nacional de pesquisas estratégicas, mas também reforça o compromisso do Itamaraty com a diversidade racial e geográfica em sua agenda institucional. Para o MRE, é fundamental integrar novos olhares e vozes que, historicamente, foram marginalizadas no debate sobre política externa.

Prêmio Mônica Menezes Campos: um passo para a inclusão

Criado em 2024, o Prêmio Mônica Menezes Campos emerge como uma ação estratégica para promover a inclusão e a equidade racial na produção de conhecimento sobre diplomacia e relações internacionais. A iniciativa nascerá em um contexto de valorização do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, evidenciando a importância de integrar discussões raciais no cerne da política externa brasileira.

O prêmio leva o nome de Mônica de Menezes, notória por ser a primeira mulher negra a ocupar o cargo de diplomata no Brasil. Sua história é uma inspiração para novos pesquisadores, como Maria Tereza e Gabrielly, que enxergam na premiação uma forma de reconhecimento e um caminho para reafirmar a presença de vozes diversas na academia e na diplomacia.

Um orgulho para Goiás e a UFG

Representar Goiás e a UFG em uma premiação nacional vinculada ao Itamaraty é motivo de grande orgulho para as estudantes. Elas ressaltam a importância da produção acadêmica e do acesso a espaços de formulação de política externa, que tradicionalmente se concentram nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Para elas, a vitória comprova que a UFG tem competitividade em relação a instituições tradicionais e ajuda a fortalecer o curso de Relações Internacionais no cenário regional.

“A vitória mostra que a UFG tem capacidade de competir com instituições tradicionais e ajuda a fortalecer o curso de Relações Internacionais no cenário regional,” afirmam. Este reconhecimento também é uma oportunidade para desmistificar a crença de que o conhecimento estratégico para a diplomacia esteja restrito a determinados eixos do país. As alunas esperam que esse prêmio inspire outros estudantes a explorarem questões relevantes que merecem ser discutidas em nível nacional.

Conforme o debate sobre racismo ambiental e suas consequências se intensifica, iniciativas como o prêmio Mônica Menezes Campos tornam-se essenciais para amplificar as vozes que, por muito tempo, foram silenciadas. As meninas de Goiás provam que o conhecimento produzido fora dos tradicionais centros acadêmicos pode ser relevante, inovador e, acima de tudo, iluminador.

Com isso, a Universidade Federal de Goiás dá um passo significativo em direção a uma academia mais inclusiva e representativa. O futuro parece promissor para a produção de conhecimento diversificado e que retrata a realidade de todas as camadas sociais brasileiras.

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