O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou nesta terça-feira que o governo brasileiro pretende avançar nas negociações tarifárias com os Estados Unidos, com foco na ampliação das exclusões ou redução de alíquotas de até 50% sobre produtos exportados pelo Brasil. Entre os itens citados estão máquinas, motores, produtos industrializados, madeira e alimentos como mel.
Avanços nas negociações e planos futuros
Alckmin destacou que a relação econômica com os EUA continua prioritária para o governo brasileiro, considerando os investimentos e a importância do país como parceiro comercial. Segundo ele, a busca por melhorias nas tarifas é uma estratégia essencial para fortalecer a exportação brasileira.
“Começamos com 36% da exportação brasileira sujeita ao tarifaço de até 50%. Hoje, esse número caiu para 22%”, afirmou o vice-presidente. Ele ressaltou que a redução das sobretaxas, especialmente a retirada de 40% sobre produtos como carne e café, foi um avanço importante nas negociações, ocorridas após contatos diretos entre os presidentes Lula e Donald Trump.
Dados e impacto do tarifaço brasileiro
Segundo Alckmin, atualmente, 22% das exportações brasileiras para os EUA continuam sujeitas à tarifa de 50%, enquanto 27% estão na Seção 232 — uma pauta de tarifas adicionais, e 51% estão com tarifas zero ou de 10%. “Estamos atuando para ampliar esse percentual e eliminar as sobretaxas em setores estratégicos”, explicou.
Ele ressaltou ainda que o governo adotou o Plano Brasil Mais Soberano, que oferece R$ 40 bilhões em créditos a juros baixos e garantias para empresas brasileiras afetadas pelas tarifas americanas, buscando mitigar os efeitos dessas medidas nas exportações nacionais.
Reconhecimento da importância econômica dos EUA
O presidente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), Abrão Neto, reforçou a relevância da relação bilateral. “Os EUA são o maior investidor estrangeiro no Brasil e o principal destino das nossas exportações de bens industriais”, disse. Segundo ele, os americanos respondem por quase metade das vendas de produtos de alta tecnologia, como aeronaves e máquinas, além de serem o maior mercado de serviços brasileiros.
Neto ainda destacou que, a cada dez dólares investidos em solo brasileiro, três vêm dos EUA, com um estoque superior a US$ 350 bilhões. “O Brasil está presente no cotidiano dos americanos, desde os insumos de construção até a aviação”, afirmou.
Perspectivas de crescimento e desafios
O especialista também pontuou que, ao longo dos últimos 15 anos, o superávit comercial dos EUA com o Brasil somou cerca de US$ 410 bilhões. Ele estimou que, nos próximos três anos, o Brasil deverá comprar aproximadamente US$ 140 bilhões em produtos americanos, incluindo energia, insumos agropecuários, componentes para aeronaves, medicamentos e bens de consumo.
Apesar dos avanços, Neto salientou que ainda há trabalho a ser feito para eliminar completamente as sobretaxas, especialmente no setor industrial, o que poderá melhorar a previsibilidade do comércio bilateral e fortalecer as negócios entre os dois países.
Mais informações sobre o tema podem ser acessadas na fonte.


