O Banco Central destacou a necessidade de reforçar o perímetro de supervisão do sistema financeiro após a liquidação do Banco Master, na qual os correntistas e investidores foram afetados. O presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, afirmou que o episódio reforça o compromisso do órgão em modernizar e ampliar a vigilância sobre instituições financeiras, buscando evitar riscos que possam escapar ao controle.
O papel da supervisão e suas atualizações diante de crises
Durante o Almoço Anual dos Dirigentes de Bancos, organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Galípolo ressaltou que o “perímetro de supervisão” consiste no conjunto de instituições e operações acompanhadas pelo Banco Central para garantir a segurança do sistema financeiro. Segundo ele, incluir mais instituições e atividades no escopo de fiscalização é essencial para evitar que riscos se propaguem para áreas menos vigiadas.
“A obra de supervisão nunca está completa, não só da supervisão. O trabalho do Banco Central não tem ponto de chegada, é um movimento contínuo”, destacou Galípolo. Ele explicou que, no caso do Banco Master, a atuação conjunta entre BC, Ministério Público e Polícia Federal foi fundamental para responder às irregularidades detectadas pela diretoria de fiscalização do banco central, possibilitando uma ação rápida e eficaz.
Contexto internacional e fragilidade bancária
Ao reforçar a importância do aprimoramento da fiscalização, o presidente do BC lembrou que falhas bancárias não são exclusividade do Brasil e que episódios semelhantes acontecem em países como Estados Unidos e Suíça. “Bancos são instituições falíveis. Esses problemas vão acontecer. O importante é a gente sempre aprender e conseguir inovar para que não repitamos falhas do passado”, afirmou.
Pressões políticas e a postura do Banco Central
Galípolo também comentou sobre as tensões em torno da política monetária, especialmente diante do cenário de juros altos, atualmente na faixa de 15% ao ano. O presidente do BC tem sido cobrado por pressões do governo, que deseja reduzir a taxa de juros, na esteira de declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e críticas do presidente Lula. “O Banco Central não pode se deixar influenciar por pressões políticas ou setoriais”, afirmou.
Ele destacou que o órgão deve manter o equilíbrio emocional diante dos desafios do mercado, usando metáforas como a de um comandante de avião. “Sempre que alguém vê a rota, passa a sugerir outra, mas o foco é garantir a segurança de todos a bordo”, explicou Galípolo.
O papel de “última barreira” e o diálogo institucional
O presidente do Banco Central reforçou que a instituição atua como a última linha de defesa contra riscos econômicos, assumindo uma postura de “primeiro dos pessimistas e o último dos otimistas”. Galípolo afirmou que críticas serão inevitáveis, e que o órgão está aberto ao diálogo mesmo diante de pressões. “Se o governo ou o mercado acharem que a decisão foi errada, essa discussão é saudável e faz parte do processo democrático”, declarou.
Ao refletir sobre sua atuação, Galípolo comparou o trabalho do BC ao de um piloto de avião, que precisa seguir uma rota segura mesmo sob críticas externas. “Nosso objetivo é fazer o que é certo para garantir a estabilidade do sistema financeiro e a proteção dos depositantes”, concluiu.
Perspectivas futuras
Sobre as futuras ações, o presidente do BC frisou que o órgão continuará reforçando sua atuação regulatória e de fiscalização, buscando evitar que outros casos como o do Banco Master se repitam. A expectativa é de que as ações de modernização do sistema de vigilância sejam aceleradas, considerando as transformações do setor financeiro e as novas vulnerabilidades que possam surgir.
Mais informações sobre os esforços do Banco Central na fiscalização e suas ações futuras podem ser acessadas na fonte original.


