Na manhã de sábado, a tensão aumentou no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro após a revelação de que ele teria violado sua tornozeleira eletrônica. Antes mesmo de todos os detalhes serem confirmados, aliados de Bolsonaro procuraram ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em uma tentativa de acalmar os ânimos e reverter a ordem de prisão preventiva emitida pelo ministro Alexandre de Moraes. Durante essas conversas, os aliados negaram que o ex-presidente tivesse intenção ou condições de fugir.
A justificativa e o estado de saúde de Bolsonaro
Os aliados argumentaram que a violação da tornozeleira foi provocada por um “surto” devido ao uso intenso de medicamentos para dor e ansiedade. Relataram também que Bolsonaro se sentia solitário e sem acompanhamento em casa, o que aumentava suas vulnerabilidades. Semanas antes do incidente, havia uma expectativa de que o ministro Moraes decidiria, entre os dias 25 e 27, se mandaria o ex-presidente para o cumprimento de sua pena de 27 anos e três meses de prisão por articular um golpe de Estado para se manter no poder. No entanto, a situação peculiar em que Bolsonaro mexeu em sua tornozeleira na madrugada levou Moraes a mudar de ideia, considerando o risco de fuga e ordenando sua prisão preventiva na superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Comportamento peculiar gera novas investigações
Bolsonaro inicialmente alegou que a tornozeleira havia sido danificada ao cair na escada de sua residência. Contudo, após investigações, ele admitiu ter usado um ferro de solda para tentar abrir o equipamento. Um relatório da Superintendência de Administração Penitenciária do governo do Distrito Federal informou que a tornozeleira apresentava sinais claros de avaria, incluindo marcas de queimadura, contradizendo a narrativa inicial do ex-presidente.
Repercussão nas redes e apoio dos aliados
O episódio não passou despercebido na sociedade brasileira. Nas redes sociais, a divisão entre apoiadores e críticos de Bolsonaro se intensificou. Enquanto bolsonaristas realizavam vigílias em frente ao condomínio do ex-presidente, críticos comemoravam em bares a possível prisão de Bolsonaro. A situação revelou a polarização do país em torno da figura do ex-presidente, que, até agora, mantém uma base sólida de apoio, apesar das graves acusações contra ele.
O temor da prisão e as dificuldades jurídicas
O conteúdo do laudo médico apresentado aos tribunais, que tinha como objetivo demonstrar que Bolsonaro não estava em condições de ser transferido para um regime de prisão mais severo, gerou dúvidas entre seus aliados, que perceberam a dificuldade em defendê-lo após a mudança de narrativa sobre o sistema de monitoramento. As probabilidade de Bolsonaro retornar ao regime de prisão domiciliar diminuíram drasticamente após a violação da tornozeleira, mesmo com os laudos médicos sendo disponibilizados pelo seu time jurídico.
Perspectivas futuras
A “Papudinha”, uma unidade prisional, foi mencionada como uma possível alternativa para a prisão de Bolsonaro. Autoridades do governo do Distrito Federal estavam avaliando a possibilidade de que o ex-presidente cumprisse sua pena nesse local, que se encontra dentro do complexo penitenciário. Entretanto, a repentina mudança de planos por parte do STF e o agravamento da situação por conta da violação da tornozeleira complicaram o cenário para Bolsonaro, que se via cada vez mais distante da possibilidade de uma pena leve.
Conforme a situação se desdobrava, tornou-se evidente que a defesa do ex-presidente se tornava cada vez mais complicada e que as chances de retorno para prisão domiciliar estavam praticamente irreversíveis.
A tensão continua, e com a repercussão pela violação da tornozeleira e a prisão preventiva, o futuro político e judicial de Jair Bolsonaro permanece incerto.



