Brasil, 31 de dezembro de 2025
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A Copa do Mundo de 2026 e a diáspora no futebol

A Copa do Mundo de 2026 revela um retrato do mundo moderno, destacando seleções que representam histórias de diáspora.

A Copa do Mundo de 2026, programada para ser a primeira edição a contar com 48 seleções, inicialmente gerou preocupações sobre a qualidade técnica dos jogos. A ampliação do formato da competição foi vista por muitos como um movimento político da FIFA, mais voltado para a promoção do evento do que para o espírito competitivo do futebol. No entanto, à medida que as Eliminatórias se encaminhavam para seu desfecho, algo surpreendente começou a se desenhar: uma abundância de narrativas emocionantes e histórias inspiradoras que essa copa promete trazer.

Espalhando-se pelo mundo: o conceito de diáspora

Um tema central que emerge nas discussões sobre a Copa do Mundo de 2026 é a ideia de diáspora, não na sua definição acadêmica clássica, mas na prática contemporânea: povos que vivem entre países, formando identidades multifacetadas que se manifestam através do futebol. Ao observar a lista das seleções classificadas, é perceptível que muitas delas refletem menos seus territórios e mais as histórias de seus povos, inclusive aqueles que não residem mais em suas nações de origem há décadas.

O Haiti e sua seleção fora de casa

O Haiti se destaca como um dos casos mais emblemáticos. O país enfrenta enormes desafios sociais e políticos, impossibilitando a realização de partidas em casa. A seleção haitiana é predominantemente composta por jogadores da diáspora, muitos dos quais residem nos Estados Unidos, Canadá e França. Curiosamente, o técnico da equipe nunca visitou o país que representa. Contudo, a seleção haitiana se faz presente na Copa como um símbolo do que é o Haiti atualmente: uma nação viva representada pelos que partiram e mantêm sua identidade viva através do futebol.

Curaçao e a fusão de identidades

Outro exemplo notável é Curaçao, uma pequena ilha que, historicamente, moldou sua seleção com base em influências europeias. A maioria dos jogadores da equipe não nasceu na ilha, mas vem de raízes vinculadas a clubes holandeses. A presença da seleção de Curaçao na Copa do Mundo é um teste da ideia de pertencimento, que transcende a geografia, refletindo uma comunidade que existe mais em viagens entre diferentes continentes do que em seu próprio solo.

Cabo Verde e a experiência em trânsito

Cabo Verde representa um mosaico de culturas, com metade de sua população vivendo nas ilhas e a outra metade espalhada pelo mundo. A seleção cabo-verdiana ilustra exatamente essa realidade, reunindo jogadores que se destacam em Portugal, França e nos Estados Unidos. Isso demonstra que, mesmo sem ter seus jogadores em solo nacional, o país soube construir uma identidade forte e reconhecível, que Ecoa durante a Copa do Mundo, refletindo a verdadeira face da diáspora.

Um retrato diversificado do mundo

A ampliação do torneio para 48 seleções vai além da mera oportunidade de mais países participarem; trata-se de capturar o dinamismo do mundo contemporâneo. Seleções como Marrocos e Senegal, com suas raízes africanas e influências europeias, trazem à tona o conceito de que a identidade é algo que vai além das fronteiras. Países como Panamá, Austrália e Canadá demonstram a interconexão dos continentes, com suas seleções representando histórias de migrações que moldaram novas nações.

As lições do futebol na era moderna

Assim, ao chegarmos à Copa de 2026, nos deparamos não apenas com um torneio futebolístico, mas com um evento que reflete a mobilidade da população mundial. As histórias de seleções que não se definem apenas por sua geografia, mas pelas experiências de seus jogadores, mostram um futebol que está em constante transformação e adaptação, assim como o mundo ao nosso redor.

No fim, a Copa de 2026 pode não rivalizar com as versões anteriores em termos de qualidade técnica, mas oferece algo ainda mais precioso: um vislumbre do planeta em movimento, repleto de culturas, histórias e conexões que transcendem qualquer limitação geográfica. A competição se torna uma celebração não apenas do futebol, mas da humanidade em sua essência. É um torneio que acolhe e destaca aqueles que, carregando suas histórias nas malas e passaportes, se tornam parte integral do grande palco do futebol mundial.

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