Brasil, 21 de dezembro de 2025
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Avanços e decepções na COP30: cenário climático em debate

Apesar de avanços em direitos indígenas e indicadores de adaptação, a ausência de planos concretos para combustíveis fósseis gera críticas na COP30

Durante a COP30, realizada em Belém, os negociadores apresentaram avanços importantes, como a criação do Belém Action Mechanism, voltado às questões trabalhistas na transição para uma economia ecologicamente mais sustentável. No entanto, a omissão de um roteiro para o fim dos combustíveis fósseis e o desmatamento nos documentos finais tem causado frustração entre especialistas e ativistas.

Indicadores de adaptação e dúvidas sobre financiamento

A conferência cumpriu sua promessa de apresentar 59 indicadores de adaptação às mudanças climáticas, embora com uma simplificação que gera questionamentos. A grande questão, segundo Natalie Unterstell, presidente do Talanoa Políticas Climáticas, é qual é o ponto de partida do financiamento destinado aos países mais pobres. A proposta de triplicar esse volume, ainda sem definir o valor atual, preocupa quem busca ações concretas e recursos efetivos.

Falta de roteiro para combustíveis fósseis e críticas

Documentos divulgados nesta semana não abordam um plano para eliminar o uso de combustíveis fósseis, gerando ondas de críticas. Especialistas como Márcio Neri, do Climate Focus, apontam que a ausência dessas medidas pode prejudicar populações vulneráveis às consequências das mudanças climáticas.

Uma das principais críticas veio do especialista em políticas ambientais, Mauricio Voivodic, do WWF-Brasil, que destacou avanços em direitos territoriais de povos indígenas. Ainda assim, o pano de fundo das negociações permanece marcado por uma sensação de incerteza quanto ao futuro do compromisso global com a redução de emissões.

Diálogo, cooperação e principais desafios

O presidente da COP, André Corrêa do Lago, reforçou a necessidade de superar divisões e alcançar um consenso no acordo final. Ele destacou a importância de manter o espírito de cooperação, especialmente diante da saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Segundo Corrêa do Lago, fortalecer o acordo depende da unidade dos países, e uma divisão hoje comprometeria os esforços globais.

Especialistas avaliam que a falta de uma resposta concreta ao principal desafio — a crise climática — é um sinal de que ainda há bastante trabalho a ser feito. A ausência de um mapa do caminho para o fim dos combustíveis fósseis, por exemplo, foi vista como uma traição por cientistas e ativistas que defendem ações urgentes.

Perspectivas futuras e o papel do Brasil

Na abertura dos trabalhos, o diplomata afirmou que é fundamental evitar uma divisão que fragilize o processo de cooperação mundial. Para ele, o esforço conjunto é essencial, principalmente considerando a importância do Brasil na preservação da Amazônia e nas negociações globais.

Ao apontar a urgência de ações concretas, especialistas reforçam que o sucesso da COP30 ainda depende de um compromisso maior com medidas efetivas e de um financiamento efetivo para os países mais vulneráveis. O próximo passo será a apresentação da mediada provisória com detalhes do acordo, prevista para os próximos dias, e que pode determinar o rumo das negociações.

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