Brasil, 18 de dezembro de 2025
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Disputa pelo PL Antifacção gera tensão entre líderes da Câmara

A jornada pelo PL Antifacção acirrou conflitos através da Câmara, impactando a articulação política do governo Lula.

A recente discussão acerca do Projeto Antifacção teve um efeito profundo sobre as relações na Câmara dos Deputados, especialmente entre o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ). A tensão, que já estava presente, ganhou contornos mais agudos e, segundo avisam líderes do Centrão, deve afetar as articulações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), podendo até comprometer a PEC da Segurança Pública, uma proposta crucial para a reformulação do setor.

Conflito entre Motta e Lindbergh

Relatos de ambos os lados confirmam que Motta e Lindbergh não mantêm um clima propício para diálogo. A insatisfação já era evidente devido ao histórico de embates, que ficou mais intenso quando o líder petista tentou judicializar discussões em pauta na Câmara. O estopim, no entanto, foi a decisão de Motta de designar Guilherme Derrite (PP), secretário de Segurança de São Paulo, como relator do PL Antifacção. A escolha foi vista como um golpe direto à postura do PT, que considerou a medida como uma tentativa de desestabilizar os avanços do governo na área da segurança.

De acordo com um assessor próximo a Motta, a derrota política poderia ser vista apenas como uma questão interna do PT, mas a decisão de se aliar a Lindbergh para opor-se ao presidente da Câmara gerou uma situação crítica. A base petista interpreta que está sendo atacada ao ver um projeto essencial para o governo ser confiado a um opositor.

O clima tenso se torna público

As tensões se tornaram visíveis quando Lindbergh declarou que houve uma “quebra de confiança” em relação a Motta, uma acusação grave que foi feita após a aprovação do projeto. Críticas ao PL Antifacção se intensificam, especialmente com alegações de que está comprometendo recursos destinados à Polícia Federal, um tema sensível para a segurança pública.

Hugo Motta não hesitou em expressar sua descontentamento, utilizando a plataforma X (ex-Twitter) para afirmar que o governo errou ao se posicionar contra o projeto. Até o fechamento deste artigo, ele não havia se pronunciado mais sobre o assunto.

Lindbergh, por sua vez, não procurou Motta desde a aprovação do projeto, mas afirmou que ainda mantém diálogos e continuará a defender sua posição e a do seu partido. O próximo capítulo dessa disputa promete ser acirrado, uma vez que, após a aprovação na Câmara, o projeto deve ser enviado ao Senado para uma nova análise.

Pec da Segurança em xeque

A disputa política também coloca em risco a PEC da Segurança Pública, proposta que tem um papel fundamental para a segurança no Brasil. Líderes do Centrão alertam que o clima atual não favorece a aprovação da proposta, já que a discussão está sob a relatoria de Mendonça Filho (União-PE), que, embora moderado, está na oposição. O governo, que já se considera enfraquecido, precisa lidara com uma resistência crescente em relação à PEC, especialmente após as derrocadas na apreciação do PL Antifacção.

O relatório da PEC deve ser apresentado até o dia 4 de dezembro, se o clima de divisão e contenda persistir, as chances de votação no ano que vem são mínimas. A Casa Legislativa não pode ser deixada à mercê de disputas internas, especialmente com a apropriação do Orçamento de 2026 se aproximando, pois um novo contingenciamento de recursos poderia afetar seriamente o andamento de emendas e outras medidas governamentais relevantes.

Diante desse cenário caótico, a expectativa é que as lideranças do Centrão possam, de alguma forma, mediar as relações entre os grupos políticos para evitar um bloqueio legislativo maior e promover um clima de mais cooperação na Câmara.

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