Brasil, 25 de dezembro de 2025
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Polêmica em torno do projeto Antifacção movimenta cenário político

O projeto Antifacção gera tensões entre governo e oposição, destacando a disputa entre Tarcísio e Lula no campo da segurança pública.

Na noite de terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o controverso projeto Antifacção, que gera tensões políticas significativas em Brasília. Essa proposta, apresentada pelo relator Guilherme Derrite (PP-SP), contou com a aprovação apenas após sua sexta versão, levantando questionamentos sobre a condução do tema e suas implicações para o cenário eleitoral. A disputa entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi intensificada, revelando a complexidade do panorama político atual.

O papel do relator e suas consequências

Guilherme Derrite, que é secretário de Segurança Pública licenciado da gestão Tarcísio, foi inicialmente ao cargo a partir de articulações do Centrão, que via sua escolha como um modo de impedir que o projeto se transformasse em um respiro para o governo Lula na área da segurança. A decisão de colocá-lo como relator é atribuída a Ciro Nogueira, presidente do PP e aliado de Hugo Motta, presidente da Câmara.

Nogueira, um dos principais articuladores de uma potencial candidatura de Derrite ao Senado em São Paulo, assim como ao governo estadual caso Tarcísio não busque a reeleição, fez um acordo recente com o PL de Jair Bolsonaro para trazer Derrite para o PP. No entanto, sua relatoria não saiu como esperado, dado o descontentamento gerado por versões anteriores do relatório, principalmente em relação à escuta de líderes e membros do governo antes da apresentação do documento.

Críticas às primeiras versões do projeto

As primeiras versões do relatório de Derrite causaram estranhamento dentro do PP. Houve uma avaliação de que, embora sua escolha fosse técnica – em virtude da experiência na segurança – ele não ouviu adequadamente a opinião de líderes partidários antes de tornar o assunto público. Críticas surgiram também sobre sua preparação para a reação do Palácio do Planalto, que incluía a Polícia Federal, durante o andamento do projeto.

O governador Tarcísio, que inicialmente evitou comentar publicamente sobre o Antifacção, buscou apenas justificar sua escolha de Derrite. Ele não participou de encontros decisivos em que o projeto foi discutido, optando por se concentrar em seu trabalho em São Paulo, e limitou suas críticas à gestão de segurança do governo federal.

A disputa política e a articulação da oposição

O projeto, que foi saudado por muitos como uma tentativa importante de abordar as facções criminosas no país, acabou se tornando uma arma política na disputa entre direita e esquerda. Com a aprovação do projeto, espera-se que a oposição e o Centrão se unam contra a posição do governo, que tenta remediar sua imagem com a proposta de segurança pública.

A articulação para que Derrite se tornasse relator visava reforçar a presença de Tarcísio no debate sobre segurança, um tema sensível para o atual governo. O presidente Lula, em resposta a reuniões entre governadores de direita, chamou ministros que já foram chefes de governo para discutir a estratégia do governo em relação ao Antifacção.

Além disso, o ex-presidente Bolsonaro, embora preso e afastado da articulação direta, também é parte relevante deste jogo político, com muitos aliados tentando convencê-lo a apoiar a candidatura de Tarcísio como seu sucessor à presidência em 2026.

Repercussões da condução do projeto

O cenário político em Brasília gira em torno dos desdobramentos do projeto Antifacção, que não apenas reflete a luta interna entre forças políticas, mas também a emergência de Tarcísio como uma figura central no debate sobre segurança pública. Embora a aprovação tenha sido uma vitória para alguns dentro do Centrão e para a direita, o governo e seus aliados devem se preparar para os episódios que virão a seguir.

A atuação de Derrite como relator mostra as complexidades da política brasileira, onde alianças são formadas e desfeitas na busca por poder e influência. O próximo capítulo desta saga política será decisivo não apenas para o futuro de Derrite, mas também para Tarcísio e sua relação com o governo de Lula, numa época em que a segurança é um dos temas mais urgentes no Brasil.

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