As investigações recentes revelaram uma série de irregularidades envolvendo o Banco Master e o BRB, relacionadas a operações financeiras suspeitas que somaram R$ 12,2 bilhões entre janeiro e maio de 2025. A Polícia Federal aponta que a tentativa de ocultar a real situação financeira do banco levou a um esquema de fraudes e manipulações contábeis.
O escândalo do Banco Master e o papel do BRB
Em março deste ano, o BRB, banco estatal controlado pelo governo do Distrito Federal, propôs adquirir o Banco Master por aproximadamente R$ 2 bilhões, adquirindo 58% da instituição. A operação incluiu a manutenção do dono Daniel Vorcaro na gestão e foi avaliada com ressalvas pelo mercado financeiro. As suspeitas aumentaram após a Polícia Federal revelar que o Master fez operações inconsistentes com suas carteiras de crédito, numa tentativa de driblar o Banco Central.
Operações fraudulentas e tentativa de ocultação
Segundo apurações, o Master realizou aquisições de carteiras de crédito de empresas ligadas a ex-funcionários, sem realizar pagamento efetivo, sem a devida documentação e com movimentações financeiras incompatíveis. A Polícia Federal apurou que o esquema foi arquitetado por “pura camaradagem”, como forma de escapar da fiscalização do BC e manter a operação financeira com recursos de origem duvidosa.
O banco também utilizou uma “empresa de prateleira”, chamada Tirreno, criada no fim de 2024, para formalizar as operações suspeitas. O Ministério Público Federal identificou que os contratos entre o Master e a Tirreno não tinham autenticidade em cartório, além de registrar mudanças societárias somente após as operações financeiras, indicando tentativa de manipulação.
Fraudes e irregularidades na venda de créditos
Investigações do Banco Central e da Polícia Federal apontam que o Master comprou carteiras de crédito de empresas sem fluxo financeiro compatível, sendo que esses títulos refutam a sua existência real. Além disso, a operação envolveu uma transferência de R$ 12,2 bilhões de janeiro a maio, com valores sendo rapidamente revendidos ao BRB, o que, para as autoridades, reforça a existência de fraude.
Consequências para os credores e o Fundo Garantidor
O Fundo de Garantia de Créditos (FGC) informou que há cerca de 1,6 milhão de credores com garantias de aproximadamente R$ 41 bilhões ligados às instituições liquidadas devido ao escândalo. O presidente do FGC afirmou que o ressarcimento aos clientes do Master pode ser rápido, mas visa consumir cerca de um terço do fundo.
Reação das autoridades e o desfecho do processo
O Banco Central realizou um pente-fino em 30 clientes do banco, porém não verificou fluxo financeiro nas operações suspeitas. Apesar disso, o esquema foi mantido até a intervenção no banco, que ocorreu após denúncias de fraudes e por deterioração financeira severa. O BC decidiu pela liquidação do Master, que acumulou operações ilegais de R$ 16,7 bilhões em um período de 15 meses, mesmo com alertas prévios.
Em nota, o BRB afirmou que sempre atuou em conformidade com normas de compliance, e que prestou informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central sobre operações relacionadas ao banco de Vorcaro. No entanto, as autoridades continuam investigando o envolvimento de gestores e possíveis tentativas de encobrir as fraudes.
O caminho das investigações e as próximas etapas
A operação policial revelou que a parceria entre o Master e a Tirreno foi formalizada de maneira irregular, sem documentos autenticados, além de mudanças societárias realizadas somente após o início das operações suspeitas. Segundo a Polícia Federal, a criação de empresas de fachada e a manipulação de contratos configuram tentativa de fraude sistemática. As investigações continuam, com o objetivo de responsabilizar todos os envolvidos.
Para saber mais sobre as etapas do caso e o desfecho das investigações, acesse o material completo da Polícia Federal.


