Nesta semana, a Conferência das Partes em Belém tornou-se palco de mobilização internacional em torno de um compromisso histórico de combate aos combustíveis fósseis. Uma coletiva surpresa, convocada pela Dinamarca e outros países, sinalizou a formação de uma “aliança contra os combustíveis fósseis”, que contou com a presença de mais de 80 nações dispostas a seguir o Brasil em um esforço conjunto para acelerar a transição energética global.
Reforço internacional ao “mutirão” pelo clima
Durante o evento, ministros do Meio Ambiente da Alemanha e do Reino Unido manifestaram apoio firme ao chamado de Lula por uma ação coordenada contra o uso de combustíveis fósseis. Segundo autoridades presentes, a iniciativa busca criar um “mutirão” — termo de origem indígena brasileira destacado pelo embaixador André Corrêa do Lago — que simboliza um esforço comunitário para limitar o aquecimento global.
Indicação de metas concretas e desafios na negociação
Outro ponto central do encontro foi a proposta de aprovação de 100 indicadores para monitorar a adaptação dos países às mudanças climáticas, um passo fundamental para criar mecanismos de responsabilidade e transparência. Entretanto, essa pauta enfrenta resistência, principalmente de países africanos, que demandam garantias de recursos financeiros antes de se comprometerem formalmente.
Desde a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, as nações desenvolvidas, especialmente a Europa, vêm se mostrando menos dispostas a oferecer o financiamento necessário à adaptação. Segundo uma fonte ouvida pela reportagem, a postura europeia tem sido “muito pouco generosa”, o que travou as negociações até o momento.
Perspectivas e desafios até sexta-feira
O impasse sobre os indicadores de adaptação deve ser resolvido até sexta-feira, sob pena de comprometer a própria existência da COP em sua missão principal. O sucesso da conferência dependerá do consenso nessa pauta, que é vista como crucial para o avanço na efetiva luta contra as mudanças climáticas.
Por outro lado, há esperança de que, ao final do evento, saia um mandato claro para o início do desenho do mapa que conduzirá ao fim do uso de combustíveis fósseis. Caso isso aconteça, a COP de Belém poderá ser considerada uma das mais importantes da história recente, marcando um avanço significativo na agenda ambiental global.
Para mais detalhes, acompanhe em este link.

