Nos últimos dias, a cidade de São Paulo tem sido palco de uma intensa mobilização por parte de pais de crianças matriculadas em duas creches da Zona Sul: o CEI Jardim das Hortênsias e o CEI Jardim dos Pinheiros. A Prefeitura de São Paulo anunciou o encerramento do convênio com essas instituições, alegando falta de demanda. No entanto, as famílias discordam dessa avaliação e, até o momento, já conseguiram reunir mais de 2,3 mil assinaturas em um abaixo-assinado que pede a reversão da decisão.
A situação das creches afetadas
Localizadas em um raio de apenas 2 quilômetros de distância uma da outra, as creches atendem atualmente 396 crianças e empregam 86 funcionários. Com a decisão de fechamento, os pais foram informados de que seus filhos precisarão ser transferidos para outras unidades, o que tem gerado apreensão e tristeza entre as famílias afetadas.
Leandro Castro, pai de um aluno, relatou a situação delicada que os professores estão enfrentando: “A gente percebeu as professoras muito chorosas, se isolando em cantos, e quando pegavam as crianças no colo, percebemos que não era normal”. Ademilza Dourado, que é professora em uma das unidades e também mãe de uma criança matriculada, compartilha do mesmo sentimento: “Pegamos essa notícia de surpresa. Eu, como mãe, estou muito triste. Como professora, pior ainda. Criamos vínculos e laços”.
A resposta da prefeitura
A Secretaria Municipal da Educação, por sua vez, se manifestou informando que todas as crianças das duas creches afetadas têm vagas garantidas na rede municipal para o ano de 2026. Além disso, a pasta assegura que as crianças serão atendidas em unidades próximas e destacou que, pela quinta vez consecutiva, a cidade não possui fila de espera para creches.
Entretanto, essa resposta não tem sido suficiente para acalmar os pais, que questionam a lógica por trás do fechamento das instituições, especialmente em um momento onde a demanda por vagas em creches ainda é um tema relevante. A insatisfação se intensifica pelo fato de que, para muitas famílias, a relação construída com educadores e com a própria instituição vai além dos muros da creche — é uma questão de cuidado, confiança e estabilidade para o desenvolvimento das crianças.
O movimento por justiça e continuidade
Com o abaixo-assinado em andamento, os pais se articulam não apenas para tentar reverter a decisão da prefeitura, mas para sensibilizar a população sobre a importância da educação infantil e os impactos que o fechamento das creches pode causar na vida de muitas famílias. “Nós queremos que o governo nos ouça. A educação é um direito de todos e não podemos permitir que essas instituições sejam fechadas sem uma justificativa clara e adequada”, destacou uma das mães envolvidas na mobilização.
Além disso, a situação destaca um problema mais amplo que permeia a gestão pública: a falta de diálogo entre os responsáveis pela política educacional e as famílias que dependem desses serviços. Essa desconexão pode resultar não apenas na desinformação, mas também na desconfiança por parte da comunidade em relação às decisões tomadas pela administração municipal.
O futuro das creches na Zona Sul
A mobilização dos pais para impedir o fechamento das creches é um reflexo da luta contínua por direitos fundamentais relacionados à educação. As crianças que frequentam o CEI Jardim das Hortênsias e o CEI Jardim dos Pinheiros não são apenas números em uma estatística, mas indivíduos com sonhos e potencial que podem ser impactados negativamente por mudanças repentinas em sua rotina educacional.
Enquanto os pais continuam a coleta de assinaturas e a mobilização de apoio, a expectativa é que a prefeitura reconsidere sua decisão e dialogue com a comunidade. O que está em jogo vai muito além de uma simples transferência de crianças para outras unidades — trata-se de assegurar que a educação infantil de qualidade e os laços formados nas creches da região sejam preservados. Em tempos de tantas incertezas, um apelo por continuidade e por um futuro educacional sólido é mais do que justo.
Com o desenvolvimento dessa história, o olhar atento da sociedade se volta para o acompanhamento das decisões pelo poder público e pela resolução deste impasse que afeta diretamente o futuro das famílias da Zona Sul de São Paulo.
Para mais informações sobre a mobilização e o abaixo-assinado, acesse a fonte.

