O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (18) que as investigações que resultaram na prisão de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, devem estar bastante detalhadas. Durante entrevista, Haddad destacou a solidez do processo e afirmou que o Banco Central está acompanhando de perto a situação, garantindo que todas as etapas sejam bem fundamentadas para apoiar a prisão do empresário.
Prisão de Daniel Vorcaro e operação da PF
Vorcaro foi preso na manhã de hoje no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, enquanto tentava deixar o país. A prisão foi efetuada pela Polícia Federal no âmbito da Operação Compliance Zero, que combate a emissão de títulos de crédito falsificados por instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional.
Apesar de não ter comentado detalhes específicos da operação, Haddad reforçou que o Banco Central tem feito um trabalho minucioso na apuração dos fatos. “O processo deve estar muito robusto para ter chegado a esse ponto”, declarou, ao chegar à sede do Ministério da Fazenda nesta manhã. “O Banco Central é o órgão regulador do sistema financeiro, e estamos à disposição para colaborar no que for necessário.”
Liquidação da Master Corretora e impactos no sistema financeiro
Na mesma linha, o Banco Central anunciou a liquidação extrajudicial da Master Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Imobiliários, além de determinar a indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores do grupo. Essa medida visa proteger os investidores e manter a estabilidade do sistema financeiro.
“O Banco Central irá fornecer informações conforme avançam as etapas desse processo de liquidação. A Fazenda está pronta para dar suporte às consequências dessas ações”, afirmou Haddad. Ele ressaltou a importância do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), utilizado para ressarcir os investidores prejudicados, uma vez que a liquidação afeta diretamente os saldos em conta e investimentos de até R$ 250 mil por pessoa física ou jurídica.
As novas regras do FGC, que entram em vigor em junho de 2026, foram fortalecidas após o Banco Master passar a ser investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal, após o anúncio de sua compra pelo Banco de Brasília (BRB). Previstas para o próximo ano, essas mudanças buscam garantir maior segurança ao sistema financeiro, especialmente em contexto de crises.
A operação de hoje reforça o combate às fraudes no setor financeiro. “Precisamos de uma política rigorosa para assegurar a integridade do sistema bancário”, afirmou Haddad. Ele destacou ainda que o governo está atento às consequências dessas medidas, que envolvem não apenas a punição de práticas ilícitas, mas também a proteção dos investidores e a estabilidade econômica do país.
Para acompanhar os desdobramentos dessa investigação e suas implicações, confira a cobertura completa da EBC na COP30.


