Nesta terça-feira, um juiz federal dos Estados Unidos decidiu que as aquisições do Instagram e do WhatsApp pela Meta, antiga Facebook, não violaram a lei antitruste americana. A decisão ocorre um dia antes do anúncio do balanço da Nvidia e representa uma vitória importante para a gigante de tecnologia.
Comissão não conseguiu provar monopólio
O juiz distrital James Boasberg, de Washington, afirmou que a Comissão Federal de Comércio (FTC) não conseguiu demonstrar que as compras permitiram que a Meta monopolizasse ilegalmente o mercado de redes sociais. “Com aplicativos surgindo e desaparecendo, seguindo uma febre e depois outra, e ganhando novos recursos a cada ano, a FTC compreensivelmente teve dificuldade em definir os limites do mercado de produtos da Meta”, escreveu o magistrado.
“Mesmo que a Meta tenha desfrutado de poder de monopólio no passado, a agência precisa mostrar que ela mantém esse poder hoje. A decisão do tribunal conclui que a FTC não conseguiu demonstrar isso”, completou o juiz.
A ação da FTC envolveu um julgamento de sete semanas iniciado em abril, com depoimentos de executivos como Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta, e Sheryl Sandberg, ex-diretora de operações. A acusação argumentava que a companhia comprou o Instagram em 2012 e o WhatsApp em 2014 para reforçar a sua posição no mercado de redes sociais, impedindo concorrentes de crescerem.
Ações da Meta reagem após decisão
Após a decisão, as ações da Meta reduziram parte das perdas do dia. Os papéis caíam 1,1%, cotados a US$ 595,22 às 12h46 de Nova York. A empresa, até o momento, não comentou oficialmente a decisão judicial.
A repercussão do julgamento também foi sentida no mercado financeiro, que acompanha com atenção os processos de regulações antitruste contra as maiores big techs. Segundo fontes próximas à companhia, Mark Zuckerberg teria afirmado que a Meta continuará focada no desenvolvimento de seus produtos e na inovação.
A ofensiva antitruste mais ampla contra as big techs
O caso da Meta é um dos cinco principais processos movidos pela FTC ou pelo Departamento de Justiça contra gigantes da tecnologia. Outros processos incluem ações contra o Google, por monopolizar ilegalmente os mercados de busca online e publicidade, além de investigações em andamento contra Amazon e Apple.
A FTC também convocou representantes de plataformas como Reddit, X, TikTok e Pinterest para testemunhar sobre a competencia no mercado digital e o impacto da concentração de poder pelas grandes empresas.
Segundo analistas, a decisão contra a Meta reforça a complexidade de enquadrar as ações de grandes corporações de tecnologia sob a legislação antitruste dos Estados Unidos, que ainda passa por debates e ajustes na sua aplicação.
Mais desafios no cenário de regulação de tecnologia
O caso da Meta mostra também a disputa jurídica em torno do uso de aquisições para consolidar monopólio. Enquanto a empresa defende suas compras como estratégicas para expandir suas plataformas, reguladores buscam frear práticas que possam limitar a concorrência.
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