Brasil, 25 de dezembro de 2025
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Câmara vota projeto de lei antifacção nesta terça-feira

A Câmara deve votar hoje o projeto de lei antifacção, com mobilização de governo e oposição por alterações no texto.

A Câmara dos Deputados se prepara para uma sessão que promete intensas discussões políticas, com a votação do projeto de lei antifacção pautada para esta terça-feira. O relator da proposta, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), já apresentou quatro versões do texto, que gerou polêmica e mobilizou esforços tanto do governo quanto de partidos de oposição para fazer modificações. O interesse em alterar o conteúdo do projeto reflete as tensões atuais no cenário político brasileiro, especialmente em relação ao crime organizado.

Expectativas para a votação

Na véspera da votação, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), usou suas redes sociais para afirmar que a votação ocorrerá como programado. Entretanto, a proposta continua a ser objeto de críticas e controvérsias. Entre as queixas, governistas manifestam insatisfação com o papel da Polícia Federal no combate ao crime organizado e levantam preocupações em relação ao financiamento da corporação. Por outro lado, partes da oposição clamam pela equiparação dos crimes gerados por facções aos praticados por terroristas.

Reuniões para alinhamento de interesses

Conforme informações, Motta se reuniu na segunda-feira com diversos líderes políticos, incluindo Derrite e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Também estava presente o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que defende a inclusão de um dispositivo que classifique integrantes do crime organizado como terroristas. No entanto, Motta indicou resistência à proposta, que ainda não está contemplada na versão atual do relatório.

Tentativas de alteração na proposta

Em meio aos impasses, Sóstenes sugeriu a possibilidade de incluir esse trecho por meio de um destaque durante a votação. Além disso, a bancada do União Brasil concordou em votar a proposta nesta terça, mas impôs a condição de que a votação do destaque ocorra de forma nominal, aumentando a pressão sobre o relator. A busca por apoio de partidos do Centrão, como PP e PSD, também é uma estratégia do líder do PL para garantir a sobrevivência das mudanças propostas.

Reações do governo e o panorama legislativo

O governo tenta, a todo custo, evitar uma derrota em um projeto que foi iniciado no Executivo. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, expressou suas preocupações em um evento, alertando que o governo atualmente possui uma minoria no Congresso, o que dificulta a aprovação de uma versão alternativa ao texto em debate. Lewandowski criticou a atual versão do relatório de Derrite, mencionando inconstitucionalidades e a falta de técnica legislativa no documento apresentado.

Consequências de uma eventual aprovação

As opiniões se dividem entre aqueles que acreditam que a atual proposta pode ser um passo decisivo no combate ao crime organizado e aqueles que defendem a necessidade de uma revisão mais profunda. O próprio relator, Derrite, nunca chegou a apresentar um texto que classifique formalmente facções como terroristas, embora algumas versões anteriores tenham sugerido penas semelhantes para crimes organizados e terroristas. No entanto, a resistência dos governistas em realizar essa equiparação é clara, com preocupações sobre possíveis intervenções estrangeiras e a atração de investimentos.

Demandas e pedidos de adiamento

Na segunda-feira, Motta compartilhou em suas redes sociais que é necessária firmeza nas questões de segurança pública, mas também ressaltou a importância de garantias e eficácia institucional. Contudo, há vozes que pedem o adiamento da votação. Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, solicitou a troca de relator e um adiamento, alegando que “improvisos legislativos” não são a solução para o combate ao crime organizado. Para ele, é fundamental ter um texto técnico de consenso que realmente enfrente as organizações criminosas.

Com a votação marcada e expectativas elevadas, tudo indica que a sessão de hoje será marcada por debates acalorados e decisões que poderão impactar significativamente a legislação sobre o crime organizado no Brasil.

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