Após a divulgação da inflação de outubro, que foi a menor para o mês desde 1998, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,55% para 4,46% neste ano. Com isso, a estimativa passa a estar dentro do intervalo da meta oficial estabelecida pelo Banco Central (BC), que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Contexto da inflação e a meta do BC
O boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (17), reúne as projeções de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos do país. A meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, entre 1,5% e 4,5%.
Para 2026, a previsão da inflação permaneceu em 4,2%, enquanto para 2027 e 2028, as estimativas são de 3,8% e 3,5%, respectivamente. O resultado de outubro, que fechou em 0,09%, anexou-se à redução da inflação oficial, impulsionada principalmente pela diminuição na conta de luz.
Inflação de outubro e impacto na trajetória anual
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o IPCA de outubro foi o menor para o mês desde 1998, encerrando o mês em 0,09%. Em setembro, o índice havia sido de 0,48%, e em outubro de 2024, chegou a 0,56%. Essa queda contribuiu para que a inflação acumulada em 12 meses atingisse 4,68%, a primeira vez em oito meses que o índice fica abaixo de 5%, embora ainda permaneça acima do teto da meta do BC.
Juros básicos e conjuntura econômica
Para atingir a meta de inflação, o Banco Central mantém a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, na atual reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A justificativa é que, embora a inflação tenha desacelerado, ela continua acima da meta, e o ambiente externo de incerteza, com a política econômica dos Estados Unidos, influencia as condições financeiras globais.
Estimativas de analistas apontam que a Selic deve permanecer neste patamar até o final de 2025. Para 2026, a expectativa é de redução para aproximadamente 12,25%, e para 2027 e 2028, para cerca de 10,5% e 10% ao ano, respectivamente.
Quando a Selic aumenta, os juros elevados encarecem o crédito, desaceleram a demanda e contribuem para conter a inflação. Em contrapartida, a redução da taxa facilita o crédito mais barato, estimulando o consumo e a produção, mas podendo pressionar os preços.
Perspectivas econômicas e câmbio
O boletim também aponta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deve se manter em 2,16%, com previsão de expansão de 1,78% em 2026, 1,88% em 2027 e 2% em 2028. A economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano, impulsionada pelos setores de serviços e indústria, além de registrar alta de 3,4% em 2024.
Quanto ao câmbio, a previsão é de que o dólar encerre o ano em R$ 5,40 e chegue a R$ 5,50 em 2026.
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