O dólar iniciou a segunda-feira (17) em alta, negociada a R$ 5,3044, enquanto o Ibovespa abre a sessão às 10h com forte expectativa. Os mercados reagem à retomada das divulgações de dados econômicos essenciais nos Estados Unidos, após 43 dias de paralisação do governo federal, e aos indicadores do Brasil, como o IBC-Br e o boletim Focus.
Como os dados americanos influenciam o mercado
Após o fim da maior paralisação da história, investidores aguardam os primeiros números oficiais de emprego e inflação nos EUA nesta semana. Às 11h, serão divulgados os gastos com construção de agosto, além de discursos de dirigentes do Federal Reserve, que podem movimentar os mercados diante das incertezas sobre os próximos passos da política monetária americana.
O rendimento do dólar teve uma leve alta nesta manhã, acumulando uma redução de 0,74% na semana e de 1,54% no mês. No entanto, no ano, a queda é de 14,29%, refletindo a recuperação e estabilidade econômica dos EUA e a expectativa de novas decisões do Fed.
Indicadores brasileiros e projeções econômicas
No Brasil, o principal destaque é a divulgação do IBC-Br, que sinaliza uma queda de 0,9% no terceiro trimestre de 2025, após o ajuste sazonal. Trata-se do primeiro recuo trimestral desde o terceiro trimestre de 2023, quando o índice caiu 0,5%. O resultado é interpretado como parte da estratégia do Banco Central para conter a inflação, que inclui o aumento da taxa básica de juros para 15% ao ano, o maior nível em duas décadas.
O boletim Focus trouxe a projeção de que a meta de inflação para 2025 será cumprida pela primeira vez no ano, com expectativa de 4,46%, abaixo do teto estabelecido pelo governo. Além disso, a estimativa de crescimento do PIB para 2025 permanece em 2,16%, enquanto as projeções para 2026 indicam avanço de 1,78%.
Impactos do cenário global e local
As bolsas internacionais refletiram o clima de cautela, enquanto Wall Street apresentou pequenas perdas com o Dow Jones recuando 0,65% e o S&P 500 permanecendo quase estável. Em contrapartida, o Nasdaq fechou em alta de 0,13%. As bolsas europeias também tiveram queda, influenciadas pelo fim da paralisação nos EUA e dados de produção industrial da União Europeia.
Por outro lado, mercados asiáticos fecharam em alta, impulsionados por setores de energia renovável na China e expectativas de dados de varejo e industrial na sexta-feira. Xangai aumentou 0,73%, atingindo seu maior nível desde 2015, e Hong Kong subiu 0,56%, marcando máxima em um mês.
Perspectivas para o câmbio e política monetária
Com a expectativa de continuidade na recuperação econômica, o mercado reforça a projeção de que a taxa de câmbio deve permanecer próxima de R$ 5,40 ao final de 2025, conforme aponta o boletim Focus. A continuidade da alta dos juros brasileiros, aliada à melhora na economia global, deve manter o dólar sob pressão de baixa neste cenário.
Especialistas destacam que o bom andamento das negociações comerciais entre Brasil e EUA, além da redução de tarifas sobre produtos como carne bovina e café, poderá reforçar a estabilidade do câmbio e incentivar o investor estrangeiro.
Para o governo brasileiro, a prioridade segue sendo a contenção da inflação e a manutenção da atividade econômica alinhada às metas fiscais e monetárias. O mercado acompanha com atenção a evolução do cenário externo e interno para o restante do mês.
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