A semana decisiva da COP 30, que ocorre em Belém, foi marcada pelo anúncio da Coreia do Sul de não construir novas usinas a carvão e de desativar as existentes até 2040. O compromisso foi feito nesta segunda-feira, durante o evento de alto nível intitulado “Acelerando a Transição do Carvão para Energias Limpas”.
Coreia do Sul assume compromisso de transição energética
Kim Sung-hwan, ministra do Clima, Energia e Meio Ambiente da Coreia do Sul, destacou que o país busca liderar a luta contra as mudanças climáticas. Com essa medida, a Coreia do Sul busca contribuir para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, já que aproximadamente 30% da energia elétrica do país é gerada a partir do carvão mineral.
Atualmente, a Coreia do Sul ocupa a sétima posição mundial entre os maiores produtores de energia a partir do queima do carvão. O anúncio, portanto, reforça o esforço global para diminuir a dependência dessa fonte de energia considerada primitiva e altamente poluente.
Brasil ainda não integra a aliança internacional contra o carvão
O Brasil, que ainda não faz parte do Powering Past Coal Alliance (PPCA), uma aliança com cerca de 180 países-membros, tem até amanhã, dia 18, para decidir se sanciona ou veta a extensão de subsídios às usinas a carvão, conforme a Medida Provisória 1.304. Gabriela Santos, do Instituto Arayara, destacou a importância da incorporação do país à iniciativa global. “Estamos tão perto agora. Só falta o presidente Lula vetar essa MP e aderir ao PPCA”, afirmou.
A especialista também reforçou que o risco de o Brasil reverter suas conquistas na política de eliminação do carvão é grande, caso a prorrogação dos subsídios seja aprovada. “Então, venceremos mais uma batalha contra essa energia primitiva e destrutiva”, completou Gabriela.
Oportunidade de o Brasil ser mais ambicioso na transição energética
Nicole Oliveira, diretora-executiva do Instituto Arayara, avalia que o Brasil tem uma oportunidade de seguir os passos da Coreia do Sul de forma ainda mais ousada, comprometendo-se a não construir novas térmicas e a descomissionar as existentes até 2026, quatorze anos antes do compromisso sul-coreano. “O país pode assumir uma postura mais agressiva na eliminação do carvão”, afirmou Nicole.
Ela lembra que o Brasil avançou com o arquivamento do último projeto de usina a carvão na América Latina, segundo informação do Ibama, reforçando a urgência de acabar com essa fonte de emissão de gases.
Impactos ambientais e desafios futuros
A presidente do Ibama e especialistas apontam que a eliminação das usinas a carvão é fundamental para combater a crise climática. “Já passou da hora de encerrar a maior fonte de emissões de gases de efeito estufa”, afirmou Nicole Oliveira.
O futuro da política energética brasileira pode depender também da decisão do presidente Lula em sancionar ou vetar a extensão dos subsídios às usinas thermelétricas a carvão, uma medida que está em análise até o prazo final de amanhã.
Para mais detalhes sobre o compromisso da Coreia do Sul e o cenário brasileiro na transição energética, acesse a reportagem completa.

