A Operação Nêmesis da Polícia Federal resultou na exoneração de servidores públicos vinculados ao governo do Tocantins, em meio a denúncias de embaraço às investigações sobre possíveis desvios de recursos públicos durante a pandemia. Entre os exonerados, destaca-se Alan Rickson Andrade de Araújo, que ocupava o cargo de assessor na Secretaria de Parcerias e Investimentos e recebia quase R$ 30 mil mensais. A decisão foi publicada no Diário Oficial na quarta-feira, 12 de novembro.
Detran do Governor e denúncias de desvio
Alan Rickson é um dos servidores investigados por supostamente ter ligação com o governador afastado, Wanderlei Barbosa, do partido Republicanos. A operação busca apurar o desvio de recursos públicos que deveriam ser utilizados para a compra de cestas básicas durante a pandemia, com denúncias indicando que a gestão de Barbosa teria dificultado a apuração dos atos ilícitos.
Embora Alan tenha declarado que não é alvo da operação e tenha se defendido de ataques anônimos que questionam sua conduta, informações obtidas através do portal da transparência do governo revelam que ele é concursado desde 2005 e foi nomeado para sua posição atual em março deste ano. A variação em seus salários ao longo do ano, que chegaram a ultrapassar R$ 46 mil em outubro devido ao 13º, também gerou controvérsia e análise por parte da opinião pública.
Investigação dos servidores
Além de Alan, Antoniel Pereira do Nascimento, outro servidor, também foi exonerado. Antoniel, que atuava na Secretaria Executiva do governador afastado, estava cedido ao governo e teve sua remuneração relacionada à possíveis incompatibilidades com seu patrimônio declarado. As investigações indicam que ele poderia estar envolvido em ações que facilitaram a ocultação de provas relativas ao desvio de recursos.
A Polícia Federal executou 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins na manhã da quarta-feira, o que reflete a seriedade dos indícios levantados. De acordo com a PF, a operação teve início após evidências surgidas durante a 2ª fase da Operação Fames-19, que levou ao afastamento do governador em setembro deste ano. A primeira-dama, Karynne Sotero Campos, também foi afastada e ambos negam qualquer irregularidade.
A defesa de Alan Rickson
No risco de ser mal interpretado, Alan Rickson divulgou uma nota em que se posiciona acerca das acusações que recaem sobre ele. Ele enfatiza que se viu surpreendido com a operação e que foi alvo de uma denúncia anônima. Alan questiona a veracidade das informações que expõem sua situação salarial, alegando que esses dados poderiam estar sendo apresentados de forma descontextualizada pela mídia.
“Desconheço integralmente os fatos narrados na denúncia anônima e repudio qualquer insinuação de envolvimento meu em atos ilícitos”, afirmou Alan em sua nota. Ele destaca seu papel como servidor público por mais de 20 anos, enfatizando sua dedicação ao serviço público e seu compromisso com a ética que rege a administração pública.
Próximos passos na investigação
A investigação ainda está em andamento e novos desdobramentos podem ocorrer conforme a Polícia Federal avança nas apurações. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já autorizou novas diligências, demonstrando a seriedade dos fatos investigados e o comprometimento da Justiça em alcançar a transparência e justiça necessária ao processo.
As exonerações são um sinal claro do empenho do governo em responder às denúncias que cercam seu funcionamento durante a pandemia, especialmente em contextos tão sensíveis como desvio de recursos que afetam diretamente a população. A sociedade tocantinense acompanha atentamente o desenrolar dos acontecimentos.
Com o avanço das investigações, espera-se que a verdade prevaleça, não apenas para esclarecer a situação dos servidores exonerados, mas também para restaurar a confiança do povo nas instituições públicas.


