Brasil, 13 de novembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Sanção da ampliação da isenção do Imposto de Renda ainda não ocorreu

Apesar da aprovação no Congresso, a sanção do projeto ainda não foi realizada pelo presidente Lula.

Mais de uma semana após a aprovação no Congresso, o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil segue sem a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto o Planalto afirma que o adiamento da assinatura busca garantir a presença de mais parlamentares na cerimônia, interlocutores indicam que a tramitação do Projeto de Lei (PL) Antifacção na Câmara atrapalhou os planos do governo.

A expectativa de sanção

Na semana passada, Lula havia anunciado que sancionaria o texto a partir da próxima terça-feira (11/11), ao retornar a Brasília após a abertura da 30ª Conferência da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA). No entanto, o presidente voltou à capital federal na noite de segunda-feira (10/11), e o Planalto ainda não definiu uma data específica para o evento.

Uma vez que o texto chegue ao Executivo, o presidente dispõe de 15 dias úteis para sancioná-lo. Portanto, o prazo para que Lula transforme o projeto em lei termina no dia 27 de novembro. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), informou que não há uma data estabelecida para a sanção, enfatizando que a ação não deve ocorrer nesta e na próxima semana, já que o Congresso estará com um quórum reduzido, o que diminuiria o impacto político da cerimônia.

“Estamos com o parlamento esvaziado esta semana e a próxima também, por conta do feriado. Achamos importante que a sanção ocorra com a presença dos parlamentares que nos ajudaram a aprovar a lei. Temos prazo. Se não me engano, é no final de novembro que devemos sancionar. Mas até lá, a sanção será feita”, afirmou a ministra em entrevista a jornalistas.

Nova faixa de isenção do IR

  • A ampliação da isenção é uma das principais apostas do governo Lula e foi uma promessa feita durante a campanha eleitoral de 2022, sendo esperada como um dos trampolins para a campanha à reeleição no próximo ano.
  • O projeto, enviado pelo Ministério da Fazenda em março, levou cerca de nove meses para tramitar no Congresso Nacional.
  • Além da isenção total para quem ganha até R$ 5 mil, a proposta ainda oferece isenção parcial para aqueles que recebam até R$ 7.350.
  • Como uma medida compensatória, o projeto propõe a taxação dos denominados “super-ricos”, criando uma alíquota de 10% sobre pessoas físicas que ganham mais de R$ 600 mil por ano.
  • De acordo com o governo federal, cerca de 25 milhões de pessoas serão beneficiadas com o aumento na faixa de isenção do IR.
  • Se sancionada até 27 de novembro, a medida começará a valer já em 2026.

Implicações da tramitação do PL Antifacção

Nos bastidores, interlocutores do governo admitem que o adiamento da cerimônia de sanção também foi influenciado pela prioridade dada à tramitação do Projeto de Lei (PL) 5582/2025, conhecido como PL Antifacção, na Câmara dos Deputados.

A proposta, que tem como objetivo endurecer o combate às organizações criminosas, foi criada pelo Ministério da Justiça e enviada ao Congresso há duas semanas. Este projeto é considerado uma das principais pautas do governo na área de segurança pública neste final de ano legislativo. O tema ganhou força após a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV), que resultou em 121 mortes no Rio de Janeiro.

Entretanto, o relator do projeto, Guilherme Derrite (PP-SP), fez alterações que desagradaram ao governo, provocando repercussões. Na quarta-feira (12/11), a ministra da articulação política aumentou a pressão sobre líderes da Câmara para que a votação, marcada para aquele dia, fosse adiada. O pedido contou com o apoio de governadores de direita, que se reuniram com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para argumentar que, devido à complexidade do projeto, seria necessário um debate mais aprofundado antes da votação.

Após a pressão, Motta anunciou que a votação do projeto foi adiada para a próxima terça-feira (18/11). Derrite, por sua vez, compartilhou uma nova versão do projeto, modificando algumas de suas propostas após diálogos com o Ministério da Justiça e outras partes interessadas, incluindo a definição de facção criminosa e preocupações relacionadas ao financiamento das atividades da Polícia Federal.

Agora, a expectativa em relação à sanção do projeto de isenção do Imposto de Renda se intensifica, enquanto o governo tenta equilibrar suas prioridades legislativas em um cenário complexo e dinâmico.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes