Em uma ação significativa para combater fraudes no sistema previdenciário brasileiro, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) promoveram nesta quinta-feira (13) uma nova fase da Operação Sem Desconto. A operação tem como objetivo investigar descontos indevidos realizados em aposentadorias e pensões, que, segundo a CGU, já geraram um rombo de R$ 6,3 bilhões.
A operação e suas implicações
A Operação Sem Desconto se intensificou com a execução de 10 mandados de prisão preventiva e 63 mandados de busca e apreensão em 14 estados e no Distrito Federal. Entre os alvos estão figuras proeminentes, como o ex-ministro da Previdência, José Carlos Oliveira, e o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG). A PF ressaltou que a investigação se concentra nas fraudes cometidas por sindicatos e associações que, sem o consentimento dos beneficiários, realizaram descontos nos contracheques de aposentados.
O senador Carlos Viana (PL-MG), em um tom desafiador, declarou nas redes sociais que “hoje o país assistiu à queda de um nome que ocupava o cargo máximo do INSS” e defendeu que essa prisão é um passo importante para a elucidação dos crimes. “Isso é apenas o começo”, destacou, indicando que mais desdobramentos são esperados.
O papel das instituições
As declarações de diferentes parlamentares ressaltaram a importância da atuação conjunta da PF e da CGU neste caso. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), parte da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), também fez um discurso contundente, afirmando que “não importa qual governo serviram, quem os indicou, quanto dinheiro e poder eles têm, na CPMI vamos continuar pedindo a prisão, o bloqueio de bens e a quebra de sigilos”.
Viana e outros membros do legislativo enfatizaram que operar em um esquema bilionário exige “apoio interno” e que muitos outros envolvidos provavelmente serão descobertos. “Ninguém acessa sistemas públicos sem apoio interno. … Há mais gente envolvida. Há mais prisões que virão”, alertou Viana, deixando claro que a investigação não se limitará aos apanhados imediatos dessa fase da operação.
A primeira fase das investigações
A primeira fase da Operação Sem Desconto foi deflagrada em abril de 2025, quando as autoridades identificaram que diversos sindicatos e associações estavam realizando descontos sem a autorização dos beneficiários. A descoberta resultou no afastamento da cúpula do INSS e na apuração sobre a validade dos serviços que supostamente essas entidades ofertavam, como planos de saúde e assistência jurídica.
Pela CGU, ficou claro que essas instituições não dispunham da infraestrutura necessária para cumprir com as promessas, levando a muitos aposentados a descobrirem, apenas ao consultar seus extratos, que haviam sido associados a essas entidades sem seu conhecimento.
Os principais alvos das investigações
Um dos destaques das investigações foi o envolvimento de Stefanutto, ex-presidente do INSS, que liberou mais de 34 mil descontos. Ele foi classificado por legisladores como “arrogante” e suspeito de ser “mais um ladrão de aposentados e pensionistas”. O clamor por justiça inclui uma intenção clara de responsabilizar os que beneficiaram de maneira ilícita às custas dos aposentados e pensionistas brasileiros.
A atual fase da Operação Sem Desconto evidencia não apenas a gravidade dos fatos, mas também a determinação das autoridades em abordar esse tipo de crime com vigor e celeridade. Esta investigação pode ser um divisor de águas na luta contra a corrupção no Brasil, trazendo à tona a necessidade de uma análise mais profunda de como o sistema previdenciário é estruturado e administrado.
Fica claro que os próximos capítulos dessa história ainda reservam importantes revelações, com expectativas de mais ações efetivas contra fraudes que afetam diretamente a vida de milhões de brasileiros que dependem de seus benefícios do INSS.
Com as investigações ainda em andamento e o apoio popular fortalecendo o movimento por justiça, a Operação Sem Desconto se destaca como um marco na luta contra a corrupção e a proteção dos direitos dos aposentados.



