Brasil, 13 de novembro de 2025
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Polícia Federal investiga desvio de aposentadorias do INSS

Operação Sem Desconto revela esquema de corrupção e envolvimento de ex-dirigentes do INSS e de um deputado federal.

Mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF) durante investigações sobre um esquema de desvio de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) levantam preocupações sobre a corrupção no setor público. Os suspeitos usavam apelidos para se referir a importantes figuras do INSS e um deputado federal também aliado ao caso.

Apelidos em mensagens mostram conivência entre investigados

De acordo com os documentos recebidos, as comunicações eletrônicas entre integrantes do chamado “núcleo financeiro” do esquema e os dirigentes da referida entidade revelaram um padrão de organização e conivência. Nestas mensagens, os ex-dirigentes do INSS, como Alessandro Stefanutto, eram referidos por nomes como “Italiano”, enquanto André Fidelis era chamado de “Herói A” e Virgílio Oliveira Filho de “Herói V”. O deputado federal Euclydes Pettersen, envolvido na investigação, também recebeu um codinome, “Herói E”.

Prisão de ex-dirigentes e busca em parlamentares

Neste último dia 13, a PF deu continuidade à Operação Sem Desconto e prendeu Alessandro Stefanutto e André Fidelis. As prisões ocorreram sob a decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado Euclydes Pettersen, do Republicanos-MG, foi alvo de busca e apreensão, embora um pedido de monitoramento eletrônico da parte dele tenha sido negado pelo ministro.

A defesa de Stefanutto declarou que sua prisão é “completamente ilegal”, ressaltando sua colaboração durante a investigação. Os advogados afirmaram que o ex-presidente do INSS está comprometido em “comprovar sua inocência”. A defesa de Virgílio Oliveira Filho também se manifestou, destacando que ele se apresentou voluntariamente à PF, o que demonstra seu respeito pelas instituições e a intenção de contribuir para o esclarecimento dos fatos.

Desvios e a atuação da Conafer

A Operação Sem Desconto foca na atuação da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), que teria realizado descontos associativos de forma irregular. A PF descreve a organização criminosa como possuindo funções bem definidas, dividindo-se em três núcleos: um de comando, um financeiro e um terceiro núcleo de apoio, compreendendo parlamentares e assessores, incluindo o deputado Euclydes Pettersen.

No total, a Conafer recebeu mais de R$ 708,3 milhões do INSS, com aproximadamente R$ 640,9 milhões encaminhados para empresas de fachada e contas de operadores financeiros ligados ao esquema. Essas revelações indicam que o problema do desvio de verbas é muito mais abrangente do que se pensava inicialmente.

Ponto focal: o empresário Cícero Marcelino

Entre os investigados está o empresário Cícero Marcelino, que foi preso e é caracterizado como o braço financeiro da organização criminosa. Segundo a PF, Marcelino é responsável pela criação e administração de diversas empresas de fachada usadas para movimentar os recursos que foram desviados.

As mensagens interceptadas e as planilhas apreendidas confirmam que ele se referia aos destinatários dos recursos usando codinomes, e a investigação conseguiu correlacionar valores específicos com movimentações bancárias. O ministro André Mendonça se referiu a perícias que confirmaram que as contas das empresas de Marcelino recebiam valores nos mesmos dias e nas mesmas quantias mencionadas em documentos relacionados ao presidente da Conafer, Carlos Lopes. Essas investigações revelaram o repasse de “quantias expressivas” a servidores públicos e agentes envolvidos.

Implicações e próximos passos

A situação revela um quadro alarmante de corrupção e conivência em esferas do governo que deveriam zelar pela justiça social. O desvio de recursos destinados a aposentadorias e pensões de milhares de brasileiros é um crime que afeta diretamente a vida de cidadãos vulneráveis. O papel da Polícia Federal e do Judiciário será essencial não apenas para a elucidação dos fatos, mas para garantir que os responsáveis sejam adequadamente punidos.

As investigações seguem em curso, com novas fases da operação anunciadas e mais detalhes a serem revelados. A população aguarda que a verdade venha à tona, numa luta por transparência e responsabilidade pública.

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