A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU), está sendo marcada por uma nova fase que promete impactar diretamente milhões de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Brasil. De acordo com o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), senador Carlos Viana (Podemos-MG), a operação conseguiu atingir indivíduos-chave no esquema que possibilitou o desconto ilegal de mensalidades associativas de milhões de beneficiários do INSS ao longo dos anos.
Prisão de figuras centrais
Em uma declaração impactante, Viana afirmou que esta fase da operação levou à prisão de “nucleo principal de todos os desvios do INSS; da quadrilha que tomou de assalto as aposentadorias brasileiras”. O senador mencionou que o início das investigações culminou na detenção do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que ocupou o cargo entre 2011 e 2017. Stefanutto, procurador federal de carreira, é um dos nomes mais emblemáticos a ser preso na operação.
Além de Stefanutto, a operação também trouxe à tona um envolvimento direto de diversos políticos e ex-dirigentes. Entre os citados estão o ex-ministro do Trabalho e Previdência Social, José Carlos Oliveira, e os deputados Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG) e Edson Cunha de Araújo (PSS-MA). Esses indivíduos são acusados de diversas irregularidades que não apenas levantam questões éticas, mas também legais, envolvendo implicações sérias na administração pública.
Complexidade do esquema fraudulento
O escândalo revela uma estrutura complexa de corrupção que, segundo as investigações, é dividida em três escalões:
- Primeiro Escalão: Políticos que teriam recebido propinas do segundo escalão para proteger servidores corruptos e manter os desvios em funcionamento.
- Segundo Escalão: Servidores públicos concursados que, conforme apontado por Viana, se corromperam e possibilitaram a continuidade dos desvios por vários governos.
- Terceiro Escalão: Operadores e “laranjas” que eram responsáveis pelos saques e pelo desvio do dinheiro.
Viana ressaltou que a maioria deste último grupo já foi presa nesta fase da operação. O avanço das investigações tem como meta não apenas responsabilizar os envolvidos, mas também parar a manutenção desse esquema criminoso que prejudica a camada mais vulnerável da sociedade: os aposentados e pensionistas.
Perspectivas futuras e continuidade das investigações
Com a prisão de figuras de destaque no cenário político e administrativo brasileiro, a CPMI tem se mobilizado para dar continuidade a essas investigações. Viana afirmou que outros parlamentares estão sendo investigados e que, em momento apropriado, serão convocados a prestarem depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF). A definição de responsabilidades continuará sendo o foco da comissão.
“Agora queremos saber quem ajudou, quem indicou, quem nomeou e o que receberam para que este esquema pudesse continuar funcionando e de que maneira políticos foram beneficiados nesta história”, afirmou Viana.
A operação evidenciou a necessidade de uma vigilância maior sobre os gastos e decisões que afetam diretamente os direitos dos cidadãos. O impacto na população é palpável, e muitos aposentados que foram vítimas do esquema aguardam com expectativa uma solução definitiva, que possa restaurar a fé na integridade do sistema previdenciário brasileiro.
Conclusão
A Operação Sem Desconto é um marco na luta contra a corrupção no Brasil, revelando um emaranhado de interesses escusos que minam a confiança da população em seus representantes. O fortalecimento das instituições que atuam na fiscalização e investigação de crimes dessa magnitude é essencial para garantir os direitos dos brasileiros e acabar com a impunidade.
A sociedade deve se manter atenta e exigir transparência e responsabilidade dos seus líderes, em uma busca constante por justiça e integridade nas instituições públicas.



