Brasil, 13 de novembro de 2025
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Operação Sem Desconto investiga cúpula do INSS por fraudes

A Polícia Federal deflagra a Operação Sem Desconto, focando em fraudes no INSS que podem chegar a R$ 6 bilhões.

A Polícia Federal (PF) lançou nesta quinta-feira (13) a nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga uma série de fraudes relacionadas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O alvo principal são membros da antiga cúpula da instituição e dirigentes da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). Esta operação vem à tona em um cenário onde denúncias de irregularidades e fraudes no sistema de previdência social preocupam a sociedade.

Mandados de prisão e busca

Entre os alvos de mandados de prisão estão nomes de peso, como o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto; o ex-diretor André Fidelis; e o ex-procurador Virgílio Filho, todos suspeitos de envolvimento em um esquema de corrupção. Além deles, também são mencionados o diretor da Conafer, Tiago Abraão Ferreira Lopes, o contador Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior e o empresário Cícero Marcelino de Souza Santos, que prestava serviços à entidade. Um dos indiciados, o lobista conhecido como “Careca do INSS”, Antônio Carlos Antunes Camilo, já se encontra preso no Complexo da Papuda em Brasília.

As ordens de prisão e os mandados de busca foram expedidos pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro André Mendonça. O escopo da operação é amplo, com 10 mandados de prisão preventiva e 63 de busca e apreensão sendo executados em 14 estados e no Distrito Federal.

Descontos indevidos que podem chegar a R$ 6 bilhões

A operação da PF, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), investiga uma série de descontos indevidos cobrados a aposentados e pensionistas, num esquema que pode ter movimentado até R$ 6 bilhões. Dentre os alvos ainda se encontram o ex-ministro da Previdência, José Carlos Oliveira, e os deputados federais Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e Edson Cunha de Araujo (PSB-MA).

Implicações e reações

A defesa de Alessandro Stefanutto manifestou-se em nota, classificando a prisão como “completamente ilegal”. Os advogados afirmam que ele colaborou plenamente com os trabalhos de investigação e que vai comprovar sua inocência. Entretanto, as informações coletadas pela PF indicam que a Conafer foi a entidade que mais ampliou o volume de descontos nos benefícios do INSS entre 2019 e 2024, saltando de R$ 400 mil por ano em 2019 para R$ 202 milhões em 2023.

Cerco contra fraudes

As investigações estão focadas em uma série de crimes: inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário e corrupção ativa e passiva. Os resultados preliminares são alarmantes e indicam a necessidade urgente de uma revisão nas práticas dentro do INSS e das entidades correlacionadas.

A Operação Sem Desconto evidencia um problema crônico na gestão previdenciária brasileira, onde a corrupção compromete a confiança de milhões de pensionistas e aposentados que dependem do sistema para sua subsistência. A ação da polícia não só busca responsabilizar os envolvidos, mas também direcionar esforços para restaurar a integridade da previdência social.

À medida que a investigação avança, a sociedade civil espera que as medidas adotadas pela PF sirvam de exemplo e alerta contra futuras irregularidades, assegurando que recursos destinados aos aposentados e pensionistas sejam protegidos e utilizados de forma ética e transparente.

As consequências dessa operação se estendem a diversas esferas do governo e da sociedade, ressaltando a importância de um combate eficaz à corrupção em todos os níveis. Enquanto as autoridades continuam a trabalhar na apuração dos fatos, a população observa atenta, na expectativa de que justiça seja feita.

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