Brasil, 13 de novembro de 2025
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Mudanças climáticas já acontecem, alertam especialistas na COP30

Economistas destacam a importância da ação rápida contra mudanças climáticas e a necessidade de equilíbrio entre mitigação e adaptação

Especialistas reforçam que as mudanças climáticas estão em curso, independentemente das decisões tomadas nas assembleias internacionais. Para o economista Carlos Eduardo Young, da UFRJ, a inação tem um custo ainda maior. “A mensagem principal é que a inação vai custar muito mais. E, felizmente, há um grupo de líderes que assumem esse discurso”, afirmou. Já a economista Laura Carvalho, da Open Society, destacou o papel dos Estados Unidos, cujo envolvimento ainda oferece esperança, mesmo com a ausência oficial no evento.

Desafios da adaptação às mudanças climáticas

No programa na GloboNews, Young explicou que a mudança climática já é uma realidade que provoca eventos extremos, como secas, incêndios e inundações, impactando especialmente os mais vulneráveis. “Adaptação é agir preventivamente para minimizar os impactos e gerar resiliência”, afirmou. Segundo ele, essa estratégia deve ser considerada tão importante quanto a mitigação, que busca reduzir emissões de gases de efeito estufa.

Desigualdades na adaptação

Young destacou que os impactos climáticos são desiguais, afetando regiões e populações de maneira diferente, especialmente as mais pobres. “Precisamos planejar e antecipar ações específicas, como suporte a pequenos agricultores do semiárido ou comunidades periféricas,” explicou. A COP está tentando ampliar a discussão, considerando a adaptação uma prioridade emergencial.

Mitigação e economia verde: caminhos para o futuro

Laura Carvalho reforçou a necessidade de trabalhar simultaneamente na mitigação, buscando um crescimento mais sustentável. Segundo ela, políticas industriais verdes e a transição para setores inovadores podem criar oportunidades econômicas, como revela o aumento de setores verdes na estratégia do Brasil. “A China domina cadeias de energia solar e eólica por apostarem na economia verde”, citou a economista.

Dependência do petróleo e alternativas sustentáveis

Carvalho citou estudos que mostram que o petróleo gera menos empregos e renda do que cadeias de biocombustíveis. Ela também alertou para a necessidade de criar fundos soberanos e mecanismos de investimentos que reduzam a dependência do país em relação aos recursos fósseis. “O Brasil representa cerca de 5% das receitas do governo federal, então a transição é possível e necessária,” destacou.

Contradições e decisões na exploração de petróleo

A relação entre discurso de descarbonização e ações de exploração de petróleo, como a Margem Equatorial, foi tema de debate. Young apontou que, enquanto há um compromisso com o fechamento da dependência dos combustíveis fósseis, decisões de exploração ainda acontecem, muitas vezes por interesses de curto prazo e por pressões políticas regionais. “Deixar para trás essas apostas é fundamental, pois o mundo já caminha para a transição energética,” afirmou.

Perspectivas para a COP30

Young acredita que a realização da COP, mesmo com menos participantes, é uma vitória, pois mantém o debate vivo. Ele destacou os esforços de criar mercados de crédito de carbono e o Fundo de Preservação das Florestas Tropicais (TFFF), que são passos importantes na preservação da Amazônia. “A maior força da COP é a conscientização mundial de que a inação tem um custo alto,” reforçou.

O papel dos líderes locais e o futuro da política climática

Carvalho enfatizou a presença de governadores e prefeitos, especialmente dos Estados Unidos, que demonstram engajamento na agenda climática. “Mesmo com a ausência do governo federal, os líderes locais têm um papel estratégico na redução de emissões,” afirmou. Ela também destacou a importância de investir em soluções baseadas na natureza, como recuperação de florestas e redesenho urbano, que podem gerar empregos e melhorar a qualidade de vida, ao mesmo tempo em que reduzem impactos ambientais.

Para mais informações, acesse a matéria completa no Site do Globo.

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