No próximo domingo, 16 de novembro, a Igreja Católica marcará o IX Dia Mundial dos Pobres, uma iniciativa criada pelo Papa Francisco em 2016 com a Carta Apostólica “Misericórdia et Misera”, que celebrou o fim do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Neste ano, a data ganha um significado ainda mais profundo com a primeira Exortação Apostólica do Papa Leão XIV, intitulada “Dilexi te”, que significa “Eu te amei”, retirada do Apocalipse (Ap 3, 9).
A ligação entre amor e compaixão pelos pobres
Na nova exortação, o Papa Leão XIV reflete sobre a herança deixada por seu predecessor, incentivando todos os cristãos a entenderem a forte conexão entre o amor de Cristo e a missão de se aproximar dos pobres. A figura de São Francisco é mencionada como um exemplo marcante do despertar evangélico que levou muitos a se preocuparem com a vida dos necessitados. Leão XIV destaca que a condição dos pobres é um “grito” que interpela continuamente a sociedade, as estruturas políticas e a própria Igreja.
“Preocupam-nos, de modo particular, as graves condições em que vivem muitíssimas pessoas devido à escassez de alimentos e água potável. Todos os dias, milhares de pessoas morrem devido à desnutrição, um problema que persiste mesmo em países ricos”, afirma Leão XIV. O Papa levanta ainda a questão da exclusão das mulheres, ressaltando que elas frequentemente enfrentam violência e têm menos oportunidades de reivindicar seus direitos.
A importância da Igreja para os mais necessitados
No início do documento, Leão XIV faz uma declaração clara sobre a responsabilidade da Igreja: “A Igreja deve assumir uma decidida e radical posição em favor dos mais fracos”. Ele argumenta que a caridade não é um aspecto opcional da fé cristã, mas sim o critério central do verdadeiro culto. O Papa inspira-se em modelos históricos, como os ordens mendicantes e as comunidades monásticas, que sempre se destacaram na solidariedade e no despojamento.
“A Igreja sempre reconheceu nos migrantes uma presença viva do Senhor”, escreve o Papa, lembrando a importância dos serviços realizados para os refugiados e aqueles que vivem em situações vulneráveis. Para ele, em cada migrante rejeitado, o próprio Cristo bate à porta da comunidade.
Mudanças estruturais e a necessidade de ação
Além de exortar a Igreja a se posicionar em relação aos mais pobres, Leão XIV destaca a necessidade de enfrentar as causas estruturais que levam à pobreza. Ele critica a “ditadura de uma economia que mata”, expressando preocupação com o fato de que, enquanto os lucros de alguns crescem, a situação da maioria se torna cada vez mais precária. Segundo o Papa, as ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira negam o direito dos Estados de proteger o bem comum.
“O cristão não pode tratar os pobres como apenas um problema social. Eles são parte da nossa família”, enfatiza Leão XIV, alinhando esse pensamento com a parábola do bom samaritano, que exemplifica o verdadeiro amor ao próximo. A pergunta central que fica é: “Com quem te identificas?” Desafiando todos a refletirem sobre sua relação com os mais necessitados.
Uma mensagem de esperança e amor
Conforme Leão XIV conclui sua exortação, ele reafirma a mensagem de que o amor cristão é capaz de superar barreiras, unir os distantes e ser um agente de transformação social e espiritual. “Uma Igreja que não coloca limites ao amor, que não conhece inimigos a combater, mas apenas seres humanos a amar, é a Igreja que o mundo precisa”, declara o Papa.
Assim, à medida que a Igreja se prepara para celebrar o IX Dia Mundial dos Pobres, a exortação de Leão XIV serve como um chamado à ação e à reflexão, reforçando que o compromisso com os pobres é inadiável e essencial para a vivência da fé cristã.
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