O Ministério da Fazenda divulgou nesta quinta-feira (13) o Boletim Macrofiscal, que aponta uma desaceleração mais forte da economia brasileira neste ano, com menor expansão do PIB e inflação acima do teto do sistema de metas. A projeção do governo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 foi revisada de 2,3% para 2,2%, refletindo um ritmo de atividade mais lento.
Desaceleração da economia e projeções para 2024 e 2025
Apesar de uma expansão de 3,4% prevista para 2024, o ritmo do crescimento deve se frear em 2025, com crescimento estimado de 2,2%, a menor desde 2020, quando a pandemia provocou uma retração de 3,3%. Para o Banco Central, a previsão de crescimento deste ano está em 2%, enquanto o mercado financeiro projeta 2,16%.
Segundo o Ministério da Fazenda, a desaceleração do terceiro trimestre foi influenciada pelos efeitos de uma política monetária restritiva, com juros elevados, que reduziu o ritmo de atividade econômica. “A desaceleração já era esperada e reflete efeitos defasados e cumulativos da política monetária em vigor”, afirmou a pasta.
Previsões para 2026 e impacto no orçamento
Para o próximo ano, a previsão do governo é de crescimento de 2,4%, acima das projeções do Banco Central (1,5%) e dos economistas (1,78%). A expectativa é de que, com uma política monetária menos contracionista, o mercado de crédito fique mais acessível e contribua para esse crescimento.
Essa projeção serve de base para o orçamento de 2026, que estimou um crescimento de 2,44%. Uma mudança para uma taxa menor pode significar arrecadação menor e bloqueios maiores de despesas num ano eleitoral, com meta de déficit zero dentro do limite de tolerância.
Inflação sob pressão: projeções e política monetária
Apesar do esforço do Banco Central em conter a inflação elevando a taxa Selic para 15% ao ano — maior patamar em quase 20 anos — as estimativas indicam que a inflação oficial, o IPCA, será de 4,6% em 2025, ainda acima do teto de 4,5%. Para 2026, a previsão é de IPCA de 3,6%, retornando ao intervalo do sistema de metas.
O Ministério da Fazenda destacou que a inflação deve seguir acima do teto devido a fatores como a apreciação do real, menor inflação no atacado e o aumento nas tarifas comerciais globais. A meta central de 3% deve ser atingida apenas no início de 2026, conforme estimativas do Banco Central.
Perspectivas futuras e desafios
Especialistas avaliam que o cenário de juros elevados e desaceleração econômica reforça a necessidade de ajustes na política econômica para equilibrar crescimento e controle da inflação. Enquanto isso, o governo continua monitorando as variações de preços e buscando estratégias para garantir a estabilidade financeira no período eleitoral.
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