Quatro marcas de azeite — Royal, Godio, La Vitta e Santa Lucia — foram desclassificadas pelo Ministério da Agricultura em março de 2025, após constatada fraude na composição. Segundo o órgão, os produtos continham óleos vegetais de outras espécies, o que caracteriza adulteração e os torna impróprios para consumo.
Fraudes comuns e irregularidades no mercado de azeite
O azeite é o segundo produto mais falsificado no mundo, atrás apenas dos pescados, de acordo com o Ministério da Agricultura. As amostras analisadas revelaram a presença de óleos de diferentes espécies e a incorporação de aromatizantes e corantes não autorizados, além da tentativa de mascarar má qualidade e origem duvidosa dos produtos.
Desde o começo de 2024, mais de 38 marcas brasileiras tiveram lotes proibidos ou totalmente banidos, devido a adulteração, falsificação ou incerteza sobre de onde as fraî é originado. Essas irregularidades comprometeram a segurança e a transparência do mercado de azeite no país.
Entenda o que é o azeite de verdade e como identificar fraudes
O que caracteriza um azeite de oliva verdadeiro
Para ser considerado azeite de oliva de qualidade, o produto deve ser obtido exclusivamente a partir da azeitona, fruto da oliveira. Qualquer mistura com outros óleos vegetais, como soja ou milho, descaracteriza o azeite, transformando-o em Óleo de oliva ou composto de azeite, que não possuem o mesmo valor ou qualidade.
O aumento nos preços do azeite nos últimos anos levou consumidores a optarem por produtos mais baratos ou a misturá-los com outros óleos. No entanto, esses produtos não correspondem às regulagens do Ministério da Agricultura e podem representar riscos à saúde.
Dicas para comprar azeite de alta qualidade e evitar fraudes
- Prefira azeites com envase recente e procure por produtos com validade visível.
- Desconfie de preços excessivamente baixos, que podem indicar adulteração.
- Evite comprar azeite a granel, que tem maior risco de falsificação.
- Confira se a marca consta na lista de produtos proibidos pelo Ministério da Agricultura ou pela Anvisa.
Como fazer a checagem do produto antes da compra
Para verificar se um azeite está na lista de produtos proibidos ou falsificados, o consumidor pode usar ferramentas online disponibilizadas pelos órgãos reguladores.
Consulta de marca na lista de produtos proibidos
O Ministério da Agricultura publica periodicamente uma lista oficial de produtos banidos ou considerados impróprios, acessível no Sigepe. Além disso, a ferramenta do Anvisa permite consultar se a marca de azeite já foi relacionada a fraudes ou problemas sanitários.
Verificação do registro no Ministério da Agricultura
Para garantir que a empresa está regularizada, o consumidor pode consultar o Cadastro Geral de Classificação (CGC), disponível no site do Ministério da Agricultura, buscando pela razão social ou CNPJ. Empresas que processam azeite precisam estar devidamente registradas e sujeitas a fiscalização.
O que os fiscais encontram em azeites falsificados
As fiscalizações frequentemente detectam produtos que, na verdade, contêm óleo de soja puro ou misturado ao azeite verdadeiro, além de corantes e aromatizantes sem autorização. Produtos de má qualidade costumam ser produzidos em fábricas clandestinas, sem qualquer controle sanitário ou registro.
Tipos de azeite e suas diferenças
O azeite extravirgem é o de maior qualidade, produzido a partir de azeitonas em perfeito estado, com acidez menor que 0,8%. Ele apresenta atributos sensoriais positivos, como frutado, amargo e picante, e não possui defeitos.
Já o azeite virgem tem qualidade intermediária, com acidez até 2%, podendo apresentar alguns defeitos sensoriais. O azeite lampante, de pior qualidade, possui acidez superior a 2% e é inadequado para consumo humano, sendo geralmente destinado à indústria.
Impacto das fraudes no mercado e na saúde dos consumidores
Adulterações e falsificações representam riscos à saúde, pois consumidores podem estar ingerindo óleos de baixa qualidade ou com ingredientes não autorizados. Além disso, essas práticas prejudicam a reputação do setor olivicultor brasileiro e a confiança do consumidor.
O governo reforça a fiscalização e recomenda atenção redobrada na hora da compra. Produtos aceitos são aqueles que possuem o selo de registro no Ministério da Agricultura e aparecem em listas oficiais de produtos aprovados.
Para saber mais detalhes e consultar as marcas proibidas, acesse o site do G1.


