A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para baixo a projeção da inflação em 2025, passando de 4,8% para 4,6%. Apesar da redução, o valor ainda permanece acima do teto da meta oficial, que é de 4,5%.
Motivos da revisão e fatores de influência
Segundo a SPE, a revisão leva em conta efeitos defasados do real mais apreciado, a menor inflação no atacado agropecuário e industrial, além do excesso de oferta de bens em escala global, reflexo dos conflitos comerciais. A secretaria também destacou que essa estimativa considera a manutenção da bandeira tarifária amarela para as tarifas de energia elétrica em dezembro, devido ao quadro de escassez hídrica previsto para o ano.
“Se, contudo, a bandeira for verde, as chances de a inflação ficar dentro do intervalo da meta ainda em 2025 aumentam”, afirmou a secretaria em nota. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2026 é de 3,5%, dentro do intervalo da meta de 1,5% a 4,5%. A Fazenda espera que, a partir de 2027, a inflação converja para o centro da meta.
Dados do Boletim Macrofiscal de Setembro
As projeções fazem parte do Boletim Macrofiscal de Setembro, divulgado nesta quinta-feira (13/11). O relatório bimestral apresenta as estimativas de curto e médio prazo para indicadores econômicos, que orientam o planejamento orçamentário da União.
Impactos do plano Brasil Soberano
De acordo com a SPE, as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, desde agosto de 2025, impactaram negativamente as exportações do país. Nos primeiros três meses após a medida, as exportações para os EUA caíram aproximadamente US$ 2,5 bilhões, uma redução de 24,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Apesar disso, a secretaria destaca que ações de diversificação de mercados e de apoio governamental têm ajudado a mitigar os efeitos dessas tarifas. “O impacto vem sendo parcialmente compensado pela diversificação de destinos e pelo conjunto de políticas que sustentam a capacidade produtiva, a geração de empregos e a resiliência do setor exportador”, afirmou a pasta. O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano, Donald Trump, também deve facilitar diálogos para a diminuição das tarifas.
Projeções para 2025 e 2026
2025
- PIB real: 2,2%
- IPCA (inflação) acumulada: 4,6%
- INPC acumulado: 4,5%
- IGP-DI acumulado: 1,4%
2026
- PIB real: 2,4%
- IPCA (inflação) acumulado: 3,5%
Mais detalhes podem ser conferidos na fonte oficial.


