A Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, revisou de 2,3% para 2,2% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025. A revisão ocorre em meio a sinais de desaceleração da atividade econômica, conforme o Boletim Macrofiscal divulgado nesta semana.
Indicadores de atividade e projeções para 2025 e 2026
“No Brasil, indicadores coincidentes sugerem que a atividade seguiu desacelerando no terceiro trimestre. Essa desaceleração já era esperada, repercutindo efeitos defasados e cumulativos da política monetária restritiva em vigor”, explicou a equipe da Fazenda. A projeção de crescimento por setor também foi ajustada: a agropecuária passou de 8,3% para 9,5%, enquanto indústria recuou de 1,4% para 1,3% e serviços de 2,1% para 1,9%.
Para 2026, a Fazenda manteve a previsão de crescimento em 2,4%, destacando uma desaceleração na agropecuária, mas uma maior expansão da indústria e dos serviços em relação a 2025. “Repercutindo desaceleração da atividade agropecuária, mas maior expansão da indústria e dos serviços comparativamente a 2025”, afirmou o relatório.
Perspectivas para inflação e cenário fiscal
Sobre a inflação, o documento aponta que o IPCA deve ficar próximo do limite superior da meta de 4,5%. A projeção para 2026 passou de 3,6% para 3,5%, prevendo atingir 3,2% no segundo trimestre de 2027, considerado um horizonte relevante para a política monetária.
No campo fiscal, o Prisma Fiscal de novembro indica uma ligeira piora nas projeções de resultado primário. O déficit mediano para 2025 aumentou de R$ 69,99 bilhões para R$ 70,64 bilhões. A dívida bruta deve atingir 79,54% do PIB, ligeiramente abaixo da estimativa anterior de 79,74%.
Impactos e expectativas futuras
A revisão das estimativas reforça o cenário de menor dinamismo na economia brasileira. A desaceleração já refletida na atividade econômica e as medidas monetárias restritivas indicam um período de cautela para o próximo ano. A expectativa é que a política monetária continue sendo um instrumento importante para controlar a inflação e orientar as projeções fiscais.
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