Um incidente no campus da Universidade de Brasília (UnB) repercutiu nas redes sociais e levantou questões sobre diversidade e respeito no ambiente universitário. Uma estudante foi presa após ofender uma colega que se identifica como “pessoa não binária”, motivando discussão sobre intolerância e direitos das minorias.
O ocorrido no campus Darcy Ribeiro
A confusão se deu na noite de terça-feira, 11 de novembro, no Instituto Central de Ciências (ICC), localizado no campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte. Segundo informações da Polícia Militar do Distrito Federal, a vítima, de 25 anos, estava em processo de hormonização e entrou no banheiro feminino para arrumar o cabelo. Foi neste momento que a aluna, de 23 anos, a confrontou, alegando que ela “não era mulher” e utilizando termos pejorativos. A palavrinha “viado” foi um dos xingamentos proferidos durante a discussão.
A aluna que fez as ofensas estava no banheiro com as calças abaixadas e, segundo seu depoimento, havia tentado chamar a segurança da universidade antes de ser seguida pela vítima. Ela negou ter ofendido a colega, mas admitiu que não aceitava a presença da pessoa não binária no espaço feminino.
Consequências legais e sociais
Após a confusão, ambas as estudantes foram levadas à 5ª Delegacia de Polícia. A autora das ofensas foi indiciada por homofobia, classificada como injúria racial. Durante o registro, os ânimos continuaram altos, com a mulher presa afirmando ainda ser alvo de ameaças e ofensas em redes sociais. Um terceiro estudante, amigo da vítima, foi responsabilizado e autuado por injúria simples após ter feito comentários depreciativos sobre a presa.
Apoio da UnB e o impacto no ambiente acadêmico
A Universidade de Brasília se manifestou sobre o caso, informando que está acompanhando de perto a situação e oferecendo suporte a ambas as partes envolvidas. O caso agora tramita no Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), e suas repercussões devem impulsionar um debate maior sobre a aceitação e o respeito às diversas identidades de gênero dentro do ambiente universitário.
A luta pela aceitação e diversidade
Este incidente revela não apenas o desafio enfrentado por estudantes não binários no Brasil, mas também a necessidade de um diálogo aberto sobre preconceitos que ainda persistem na sociedade. Apesar de avanços nas discussões sobre diversidade de gênero e orientação sexual, episódios como este mostram que a luta continua. Em muitos ambientes, o respeito à identidade de gênero ainda não é garantido, e práticas de exclusão permanecem presentes.
Reflexões dentro e fora da universidade
Essa situação gera uma reflexão não apenas entre os alunos da UnB, mas em toda a sociedade sobre a importância de um espaço seguro e acolhedor para todos, independente de sua identidade de gênero. É essencial que instituições de ensino promovam debates, palestras e campanhas para conscientizar a comunidade acadêmica sobre a diversidade e o respeito mútuo.
Com o caso ganhando notoriedade, é esperado que mais vozes se levantem em defesa da comunidade LGBTQIA+, promovendo um ambiente de inclusão dentro das universidades e garantindo que atos de discriminação não sejam tolerados.
O episódio na UnB é uma triste lembrança de que a sociedade precisa evoluir, mas também uma oportunidade para discutir e valorizar a diversidade de maneira assertiva e respeitosa. O apoio a alunos em situações de vulnerabilidade deve ser uma prioridade, e incidentes como este devem ser usados como aprendizado para todos os envolvidos.
A luta por respeito e dignidade é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O acompanhamento que a UnB oferece às estudantes após este ocorrido é um passo na direção correta, mas a mudança real deve acontecer em cada canto da sociedade.


