Brasil, 13 de novembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Empresário condenado por atropelar ciclista busca anulação de prisão

José Maria da Costa Júnior, condenado a 13 anos por homicídio, tenta reverter decisão e permanece foragido.

O caso do empresário José Maria da Costa Júnior, condenado a 13 anos de prisão pela morte da ciclista e socióloga Marina Harkot, ganhou novos contornos com a busca do réu por anular sua condenação. Foragido desde o último dia 6, ele recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na tentativa de revogar o mandado de prisão que foi determinado pela Justiça paulista.

A condenação e os desdobramentos legais

Em janeiro de 2025, José Maria foi julgado e condenado por homicídio doloso, tendo sido considerado culpado por assumir o risco de matar, bem como por embriaguez ao volante e omissão de socorro. Apesar de a sentença ter sido proferida, o empresário permaneceu em liberdade, situação que se alterou após um recurso do Ministério Público (MP) ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

No dia 5 de novembro, a 11ª Câmara Criminal do TJ-SP determinou que José Maria deveria cumprir a pena em regime fechado. A justiça expediu um mandado de prisão no dia seguinte, mas ao tentar localizar o empresário, os policiais não o encontraram em sua residência em Socorro, interior de São Paulo. Desde então, ele passou a ser considerado foragido.

Defesa do empresário envolve novas alegações

O advogado de defesa de José Maria, José Miguel da Silva Júnior, confirmou à imprensa que um pedido de habeas corpus foi apresentado ao STJ. Nesse documento, a defesa argumenta que a prisão do empresário estaria causando um “constrangimento ilegal”, apontando que, durante o julgamento, a própria Justiça não considerou necessário a decretação de prisão, permitindo que ele recorresse livremente.

José Miguel também mencionou que orientou seu cliente sobre a possibilidade de se entregar, mas até o momento José Maria não se manifestou sobre essa decisão. Além do pedido de habeas corpus, a defesa analisará a possibilidade de solicitar a anulação do julgamento, argumentando que o caso deveria ser considerado como homicídio culposo, sem a intenção de matar.

O trágico atropelamento de Marina Harkot

O atropelamento de Marina Harkot ocorreu em 8 de novembro de 2020, na Avenida Paulo VI, localizada em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. A ciclista, de 28 anos, foi atingida por trás pelo carro dirigido por José Maria, que, segundo testemunhas, estava em alta velocidade e sob efeito de álcool. A defesa do empresário, no entanto, contesta essas alegações, alegando que não há provas conclusivas sobre o estado de embriaguez do réu no momento do acidente.

Durante o julgamento, amigos de José Maria afirmaram que ele havia consumido bebidas alcoólicas momentos antes do atropelamento. Informações complementares de laudos periciais indicaram que o carro do empresário passou a uma velocidade de 93 km/h em uma área onde o limite é de 50 km/h. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Marina faleceu devido a politraumatismo.

Implicações e movimentos na sociedade

O caso de Marina Harkot provocou uma onda de indignação nas redes sociais e mobilizações de ciclistas e defensores de direitos viários em São Paulo. Amigos e familiares de Marina têm se pronunciado publicamente sobre a tragédia, ressaltando a importância de um trânsito mais seguro e da responsabilidade dos motoristas. “A falta dela é todo dia”, disse a mãe de Marina, que aguarda há dois anos pela justiça.

As autoridades continuam a buscar informações sobre o paradeiro de José Maria. O Disque-Denúncia mantém a linha 181 aberta para aqueles que possam ajudar na captura do empresário, reforçando que não é necessário se identificar ao fornecer informações.

O desenrolar desse caso serve como um alerta sobre a gravidade das ações irresponsáveis no trânsito e a necessidade urgente de medidas rigorosas contra motoristas que colocam vidas em risco. A sociedade civil aguarda ansiosamente pelos próximos capítulos desse processo judicial, que pode mudar o rumo de casos semelhantes no futuro.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes