Na manhã daquela quinta-feira (13/11), a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da operação Sem Desconto, que resultou em mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Euclydes Pettersen, do Republicanos de Minas Gerais. O parlamentar é investigado em razão de suas alegações de envolvimento em um esquema fraudulento relacionado ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Tentativa de reunião antes da operação
De acordo com informações obtidas pelo Metrópoles, antes de ser alvo da comissão, Pettersen havia tentado se reunir com o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, Alfredo Gaspar, do União Brasil de Alagoas. Aliados do deputado relataram que ele gostaria de discutir as acusações que ligam seu nome a entidades que estão sendo investigadas. No entanto, o relator teria se negado a encontrar com Pettersen.
As tentativas de contato aconteceram em meados de outubro, pouco antes que o caso começasse a tomar forma na CPMI. Além de Pettersen, o relatório da PF o classifica como parte do “núcleo político” do que foi caracterizado como “Farra do INSS”, um esquema que supostamente envolvia fraudes e descontos indevidos em aposentadorias.
Suspeitas e emendas parlamentares
O deputado é acusado, ainda, de ter comercializado um avião para Vinicius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT), uma Organização Não Governamental que, segundo apurações, tem conexões com a Conafer, uma entidade que está no centro das investigações. Esse negócio ocorreu logo após Pettersen ter recebido R$ 2,5 milhões em emendas parlamentares vinculadas a essa ONG.
Logo após esses eventos e da tentativa de contacto com o relator da CPMI, em 3 de novembro, Gaspar apresentou um requerimento pedindo que Euclydes Pettersen prestasse esclarecimentos sobre suas suspeitas de envolvimento em fraudes relacionadas ao INSS. Vale destacar que essa solicitação aconteceu 10 dias antes de o deputado se tornar objetivo da Polícia Federal.
Reações e esclarecimentos do deputado
Em resposta à operação, Euclydes Pettersen declarou que recebeu a notícia com “serenidade e respeito às instituições”. Em nota, enfatizou que já havia sido alvo de duas operações anteriormente, tendo sido absolvido em uma delas e, na outra, a denúncia não foi recebida pelo Judiciário devido à falta de provas.
O deputado continuou afirmando: “Deixo claro que apoio integralmente o trabalho das autoridades competentes e me coloco à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários. Acredito na justiça, na verdade e na importância das investigações sérias, conduzidas dentro da legalidade e com total transparência”.
O Metrópoles tentou obter uma manifestação do deputado sobre a sua tentativa de reunião com o relator Alfredo Gaspar, mas até a publicação desta reportagem não houve um retorno. O espaço permanece aberto para quaisquer declarações.
Andamento da CPMI
Pelo que foi revelado, existe uma intenção da CPMI de pautar o requerimento apresentado por Gaspar em breve. O senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, presidente do colegiado, mencionou que as agendas estão complicadas, especialmente com a proximidade do mês de dezembro. Contudo, ele manifestou o desejo de abrir outra agenda se necessário para a oitiva em questão.
A situação continurá sendo acompanhada, e novos desdobramentos são aguardados tanto na esfera política quanto nas investigações conduzidas pela Polícia Federal, revelando um tema que está sendo tratado com seriedade pelos órgãos responsáveis.
