Na quarta-feira (12), representantes da Cúria Romana e da Conferência Episcopal da Alemanha se encontraram em Roma para discutir o estatuto de uma futura “conferência sinodal” na Alemanha, marcando o quarto diálogo desde 2022. A reunião ocorreu em um ambiente considerado “honesto, aberto e construtivo”, segundo um comunicado conjunto.
Avanços nas negociações do corpo sinodal na Alemanha
O encontro, realizado em Roma, abordou aspectos relacionados à composição, caráter e competências da futura instância, em continuidade às conversas anteriores em julho de 2023, março de 2024 e junho de 2024. Ainda não foram divulgados detalhes específicos do diálogo.
Contexto das discussões e controvérsia
O projeto de uma “conferência sinodal” na Alemanha faz parte de uma evolução do controverso caminho sinodal iniciado em 2019, o qual gerou críticas do Papa Francisco e do Vaticano. O conceito evoluiu para uma tentativa de criar uma estrutura permanente, inicialmente chamada de “conselho sinodal permanente”, mas cujo nome e estatuto foram alterados em 2024 após debates em Roma, visando suavizar a relação com a hierarquia da Igreja.
Segundo comunicado do Vaticano, ambas as partes decidiram que o novo corpo não estará “sobre ou ao mesmo nível” da conferência episcopal do país. Além disso, o encontro seguiu a série de reuniões precedentes, fortalecendo a troca de ideias entre os envolvidos.
Participantes e figuras-chave
Representantes do Vaticano incluíram Cardeais como Pietro Parolin, secretário de Estado; Víctor Manuel Fernández, da Doutrina da Fé; Kurt Koch, Promoção da Unidade Cristã; e Arthur Roche, Culto Divino. Do lado alemão, liderou a delegação o bispo Georg Bätzing, presidente da conferência episcopal, acompanhado por bispos como Helmut Dieser, Ansgar Puff e Stefan Oster, este último aparecendo como “convidado”.
Relevância do bispo Stefan Oster
O bispo Stefan Oster, de Passau, é uma figura de destaque por sua posição crítica ao caminho sinodal alemão. Sua presença como convidado é vista como um sinal de divergências internas dentro da Igreja na Alemanha, principalmente devido às suas opiniões contrárias às propostas de uma estrutura sinodal permanente.
Perspectivas para o futuro da narrativa sinodal na Alemanha
As conversas continuam como parte do esforço de encontrar um equilíbrio entre as demandas de reformas e a autoridade tradicional da Igreja.Ainda não há uma decisão definitiva, mas o andamento do diálogo sugere avanços nas negociações que podem moldar os próximos passos do processo sinodal no país.
Segundo fontes próximas às reuniões, o Vaticano busca garantir que o processo mantenha fidelidade à doutrina católica, enquanto as autoridades alemãs tentam incluir vozes diversas dentro da estrutura da Igreja local.


