A situação das bases da Guarda Civil Municipal de Piracicaba, cidade do interior de São Paulo, levantou sérias preocupações entre os moradores. O fechamento de pelo menos quatro instalações, resultado de uma significativa redução no efetivo, tem trazido à tona questões sobre a segurança pública na região. Este problema foi destacado em uma apuração realizada pelo g1 e pela EPTV, afiliada da Globo. Os relatos revelam que os locais não apenas estão fechados, mas também apresentam sinais claros de abandono, como equipamentos danificados e mato alto.
Fechamento das bases e aumento da insegurança
Durante um percurso pelas bases situadas nos bairros Noiva da Colina, Raposo Tavares, Rua do Porto e Vila Rezende, a equipe da EPTV encontrou diversas irregularidades, como vidros quebrados e pichações. A Prefeitura de Piracicaba, segundo informações, alega que o fechamento se deve à falta de efetivo, que caiu cerca de 20% nos últimos dez anos. Em 2015, a Guarda Municipal contava com 424 agentes, mas atualmente, somente 338 guardas estão nas ruas.
José Olimpio Teixeira, um aposentado da região, expressou sua preocupação: “A base da Guarda no Jardim Noiva da Colina faz falta. O pessoal já estava acostumado com a presença da Guarda e isso trazia mais segurança para o bairro”. A opinião de Teixeira é apoiada por outros moradores que sentem o impacto negativo da ausência dos agentes em patrulhas e atendimento de ocorrência.
A resposta da Prefeitura
A Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Transportes, em nota, afirmou que está trabalhando em um projeto para aumentar o efetivo de guardas civis em patrulhamentos diários. Além disso, a Prefeitura assegurou que será realizado um estudo para otimizar o uso das bases desativadas. Curiosamente, a base localizada na avenida Maurice Allin está fora de operação há anos e, segundo a Prefeitura, sua área está incluída em um projeto de concessão de uso do Parque do Mirante.
Crescimento populacional versus queda no efetivo
Enquanto a população de Piracicaba cresceu 16%, passando de 364.571 habitantes em 2010 para 423.323 em 2022, o número de guardas na cidade diminuiu drasticamente. Essa disparidade tem gerado insegurança e dificuldade para o cumprimento das funções de proteção e patrulhamento pela Guarda Municipal. Guardas que preferiram não se identificar relataram que a diminuição no efetivo também afetou a capacidade de atender ocorrências, e que a desativação do Pelotão Ciclístico é uma das diversas consequências dessa redução.
Desafios enfrentados pela Guarda Municipal
Os agentes da Guarda Municipal enfrentam uma situação de acumulação de demandas. Em média, uma viatura atende uma única base regional. Quando ocorrem múltiplas solicitações de auxílio, os guardas são forçados a priorizar os mais urgentes, o que retarda o atendimento em outras situações. Em resposta às críticas, a Prefeitura confirmou que os pólipos regionais foram reduzidos de seis para quatro, o que aumentou a pressão sobre os guardas em diversas regiões.
Soluções e expectativas
A Prefeitura, por sua vez, reconhece que a diminuição do efetivo se deve a aposentadorias, falecimentos e afastamentos, mas está se mobilizando para aumentar o número de agentes. O presidente do Sindiguarda, Gisson Amorim Costa, disse que está em tratativas com a administração municipal para combater a atual situação. “Acreditamos que a presente administração está empenhada em realizar essas adequações, e que teremos a equalização do efetivo e do investimento em tecnologias para complementar a segurança pública”, afirma Amorim.
Enquanto isso, a população permance atenta e preocupada com a segurança em seus bairros, clamando por uma solução que restabeleça a presença da Guarda Municipal e, consequentemente, a sensação de segurança que muitos sentiam diante do antigo efetivo. Com o compromisso da Prefeitura de reformar o Estatuto da Guarda Civil, os moradores esperam um retorno à normalidade o mais breve possível.
Com a queda no efetivo, o cenário de insegurança em Piracicaba se torna evidente, e a esperança de uma resposta rápida da administração é mais necessária do que nunca.
