O Banco do Brasil anunciou que irá avaliar a possibilidade de distribuir dividendos extraordinários apenas ao fim de 2026, dependendo do desempenho financeiro ao longo do próximo ano e das perspectivas para 2027. A decisão será tomada considerando fatores como rentabilidade, capitalização e possíveis novas exigências regulatórias.
Decisão dependente de resultados de 2026
Segundo o diretor financeiro da instituição, Geovanne Tobias, a análise será conduzida com base no nível de rentabilidade e no capital disponível ao final de 2026. “Vamos observar o desempenho ao longo de 2026, bem como as exigências de capital a partir de 2027, para determinar se vale a pena distribuir dividendos extraordinários ou manter os recursos na base de capital”, afirmou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
Desempenho financeiro e ajustes para 2025
O banco reduziu suas estimativas de lucro para 2025, após custos com crédito aumentarem mais do que o esperado no terceiro trimestre. O resultado do período foi uma queda de 60% no lucro líquido ajustado na comparação anual, atingindo entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões, uma revisão para baixo da previsão anterior, que era de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões.
Impacto das provisões para perdas
As provisões para perdas com crédito aumentaram 78% no terceiro trimestre, chegando a R$ 17,9 bilhões, principalmente nos segmentos de agronegócio e grandes empresas. Apesar do aumento nas provisões, o lucro líquido ajustado do período de R$ 3,79 bilhões excedeu as estimativas de analistas, segundo dados da Bloomberg. O índice de inadimplência superior a 90 dias subiu para 4,9% em setembro, com a inadimplência no agronegócio atingindo 5,3%.
Perspectivas e cenário futuro
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, destacou que a recuperação da rentabilidade da carteira está prevista para 2025, após os ajustes realizados devido às provisões. Ela ressaltou que 2025 será um ano de ajustes e que a instituição pretende fortalecer a carteira agro com uma abordagem mais sustentável e negociações relacionadas à MP 1314, que autoriza linhas de crédito para renegociação de dívidas por eventos climáticos adversos.
Em vídeo, Tobia comentou que o aumento nas provisões refletiu casos pontuais não previstos inicialmente. Ele também afirmou que o cenário de 2026 tende a ser “benigno”, com juros mais baixos, reajustes salariais e ganhos esperados com a reforma tributária. O banco finaliza o orçamento de 2025, focando na expansão de crédito para pessoas físicas e estabilidade no agronegócio.
Impacto das falências no agronegócio e desempenho do banco
O resultado trimestral foi afetado pelo aumento das falências no setor do agronegócio, que representa um terço da carteira de crédito do banco. Mudanças nas regras contábeis obrigaram o reforço das provisões para perdas em empréstimos, elevando a inadimplência acima de 90 dias para 4,9%. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu para 8,4%, mas permaneceu estável em relação ao segundo trimestre.
Antes da divulgação dos resultados, analistas previam que o terceiro trimestre fosse o mais fraco de 2025, com expectativa de que o período marcasse o ponto mínimo da rentabilidade do banco. Desde o início de setembro, as ações do Banco do Brasil subiram 8%, apesar de uma baixa de 5,7% no acumulado do ano.
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