A Polícia Federal (PF) deu início nesta quinta-feira (13) à 3ª fase da Operação Fake Agents, no Rio de Janeiro, visando descobrir fraudes relacionadas a saques indevidos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) envolvendo treinadores e jogadores de futebol. O foco das investigações está na advogada Joana Costa Prado Oliveira, acusada de desviar R$ 7 milhões, segundo denúncias de atletas e dirigentes do esporte.
Acusações e implicações
Entre os que acusam Joana estão o treinador Oswaldo de Oliveira, que afirma ter sofrido um prejuízo de R$ 3,1 milhões, e o zagueiro Christian Chagas Tarouco, conhecido como Titi, jogador do Goiás. Outros atletas também denunciaram Joana por supostos desvios, incluindo nomes famosos como Paolo Guerrero, ex-Corinthians, Flamengo e Internacional, e Ramires, ex-jogador do Cruzeiro e Chelsea.
A operação envolve ainda a suspeita de fraudes no FGTS de outros profissionais do futebol, como o comentarista Paulo Roberto Falcão e o treinador Felipão. O ex-zagueiro do Botafogo, Juninho, também relatou um desfalque em suas contas, atribuindo culpa à advogada.
A trajetória profissional de Joana Prado Oliveira
Joana Prado, uma figura influente no meio esportivo, trabalhou por 12 anos no Botafogo, ocasião em que ocupou o cargo de diretora jurídica do clube a partir de 2007, após ter exercido funções de credibilidade como auditora do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio. Atualmente, ela faz parte da Comissão de Direito Desportivo da OAB-RJ.
Apesar de seu histórico profissional sólido, as denúncias chamaram a atenção para a possibilidade de desvio de conduta. As investigações revelam que, em diversos casos, Joana teria obtido procurações de atletas, e há suspeitas de que alguns documentos possam ter sido falsificados, permitindo que ela se apresentasse como representante legal sem terem sido autorizada.
Defesa e declarações de Joana Prado
Joana Prado Oliveira nega categoricamente as acusações. Em uma nota divulgada em agosto, sua assessoria afirmou que a advogada teria se tornado vítima de um golpe, enfatizando que não houve má-fé ou intenção de prejudicar os clientes. Em um comunicado à imprensa, a defesa alega que Joana enfrenta dificuldades financeiras decorrentes de uma situação irregular e que já está tomando medidas para reparar eventuais falhas em sua gestão.
Ela já prestou dois depoimentos à Polícia Federal e sempre se declarou inocente em relação a qualquer irregularidade no que diz respeito ao FGTS dos jogadores. O celular da advogada foi apreendido durante uma das ações da PF, contendo uma lista de jogadores que afirma representar, e Joana já solicitou a devolução do aparelho.
Implicações no meio esportivo
A situação tornou-se uma questão delicada no mundo do esporte, onde a confiança nas relações entre atletas e seus representantes é crucial. A OAB-RJ também se manifestou, informando que irá apurar as circunstâncias mencionadas nas investigações e que tomará as medidas necessárias, mantendo o compromisso com a ética e a responsabilidade profissional.
As alegações graves feitas contra Joana Prado Oliveira destacam a necessidade de maior vigilância e regulamentação no que diz respeito à representação legal de atletas no Brasil. Como a Operação Fake Agents continua a revelar novas informações, a expectativa é que mais esclarecimentos sobre os rumores e acusações apareçam nos próximos dias.
O caso está longe de ser resolvido, e as consequências podem afetar não apenas a reputação de Joana, mas também a integridade do cenário jurídico e esportivo no Brasil. Fica a pergunta: até onde a busca por sucesso pode levar algumas pessoas a transgredir limites éticos e legais? O desdobramento desta situação continua a ser esperado por todos que acompanham o esporte nacional.


