As ações do Banco do Brasil operam em forte baixa na manhã desta quinta-feira (13), após o banco divulgar um resultado de lucro líquido ajustado que caiu 60% no terceiro trimestre, reforçando o impacto de custos elevados e revisões nas projeções financeiras para 2025. Às 10h15, os papéis recuavam 5,34%, cotados a R$ 22, em meio a sinais de maior cautela no mercado financeiro.
Resultados do terceiro trimestre e projeções para 2025
O banco estatal anunciou, em comunicado ontem, que espera registrar um lucro líquido ajustado entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões em 2025. A estimativa anterior oscilava entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões, indicando uma expectativa de menor rentabilidade futura devido às condições de mercado.
Segundo o diretor financeiro do banco, Geovanne Tobias, o aumento nas provisões para perdas com crédito foi parcialmente provocado por casos específicos que não haviam sido antecipados, refletindo dificuldades no crédito ao agronegócio e às grandes empresas. As provisões cresceram 78% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 17,9 bilhões no trimestre, com expectativa de soma de entre R$ 59 bilhões e R$ 62 bilhões ao longo de 2025.
Impacto nas ações e fatores que pressionam os resultados
Apesar do aumento nas provisões, o lucro líquido ajustado do terceiro trimestre ficou em R$ 3,79 bilhões, superando a média de expectativas dos analistas, conforme dados da Bloomberg. No entanto, o resultado representa uma queda de 60% frente ao mesmo período do ano passado e mantém-se estável em relação ao segundo trimestre.
O aumento na inadimplência também contribuiu para o cenário desafiador. O índice de inadimplência acima de 90 dias aumentou 1,6 ponto percentual em 12 meses, chegando a 4,9% em setembro, com a inadimplência no agronegócio subindo para 5,3%. Segundo Tobias, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu 13 pontos percentuais, situando-se em 8,4%.
Análise de mercado e perspectivas futuras
Antes da divulgação dos resultados, analistas do mercado financeiro esperavam que o terceiro trimestre fosse o mais fraco do ano para o Banco do Brasil, sendo considerado o ponto mínimo para a rentabilidade da instituição em 2025. Segundo Gustavo Schroden, do Citigroup, “esperamos que o terceiro trimestre represente o ponto mínimo da rentabilidade do Banco do Brasil, como amplamente antecipado pelo mercado”.
Após o anúncio, as ações do banco acumulam uma queda de 5,7% no ano, ficando atrás de seus principais concorrentes. Contudo, desde o início de setembro, quando o governo brasileiro anunciou uma medida provisória com uma nova linha de crédito para renegociação de dívidas rurais, os papéis subiram cerca de 8%.
O banco também destacou a implementação de uma nova regra para o programa de vale-alimentação, que deverá gerar uma economia de R$ 225 por trabalhador ao ano, reforçando sua estratégia de controle de custos.
Impactos e próximos passos
O aumento nas provisões de crédito, aliado à maior inadimplência e às mudanças regulatórias, sinaliza dificuldades no cenário econômico que afetam o desempenho do Banco do Brasil. A expectativa é de que as provisões totais para perdas possam alcançar até R$ 62 bilhões em 2025, reforçando a necessidade de uma gestão cuidadosa diante da maior inadimplência e do cenário desafiador.
Para os investidores, o momento exige atenção ao controle de custos e às reformas estruturais em andamento, que podem influenciar a recuperação do banco nos próximos trimestres. A instituição também prepara a divulgação de detalhes sobre as novas regras do programa de vale-alimentação, que entram em vigor em breve.
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