Durante audiência geral nesta sexta-feira (12), o Papa Leo XIV exaltou a trajetória de Madre Elisva Vakha’i, que foi beatificada no último domingo na Índia. A religiosa do século XIX, fundadora da Terceira Ordem dos Carmelitas Descalços, destacou-se pelo compromisso corajoso com a emancipação das jovens mais pobres e marginalizadas, evidenciando o papel da mulher na sociedade e na Igreja.
Reconhecimento por uma vida de serviço e esperança
Em cerimônia realizada na praça diante da Basílica de Nossa Senhora do Resgate, em Vallarpadam, Kerala, o cardeal Sebastian Francis, bispo de Penang, na Malásia, presidiu a celebração. Em seu discurso, ele ressaltou que Madre Elisva representa “um farol de esperança” para todas as mulheres consagradas, mães e aquelas que, silenciosamente, enfrentam seus sofrimentos com amor, conforme detalhado pelo Vatican News.
De esposa e mãe a religiosa empenhada
Antes de sua consagração, Vakha’i foi casada e mãe de uma filha. Sua decisão de se tornar religiosa ocorreu após se tornar viúva, uma experiência que a sensibilizou profundamente para as necessidades das mulheres de sua época. Em uma sociedade marcada por divisões culturais e religiosas rígidas, ela reconheceu a dignidade de cada pessoa e ofereceu oportunidades concretas de educação e apoio, fundando um orfanato e uma escola primária para as jovens mais excluídas.
Pioneira na vida religiosa feminina na Índia
Autora de uma trajetória inovadora, Vakha’i abriu caminho para que mulheres de Kerala ingressassem na vida religiosa, tanto pelo rito latino quanto pelo rito siro-malabar. Sua espiritualidade, inspirada na mística carmelitana e teresiana, uniu contemplação, oração e ação social, formando uma comunidade modelar. Sua irmã, Thresia, e sua filha, Anna, seguiram seus passos, fundando, em 1866, o primeiro convento carmelita descalço na região, sob orientação de missionários italianos.
Visão ‘inclusiva’ e ‘sinodal’
Durante a homilia, o cardeal enfatizou que a vida de Madre Elisva era marcada por uma “visão inclusiva”, que a colocava à frente de seu tempo e refletia a sinodalidade em ação: caminhar juntos em comunhão. “Ela mostra o caminho à Igreja nesta jornada sinodal de escuta, discernimento e caminhada conjunta”, afirmou. Segundo ele, a fé de Vakha’i tinha como base uma espiritualidade que se manifesta na missão de promover a dignidade feminina e na construção de comunidades fraternas.
Com a canonização, a Igreja propõe que Madre Elisva seja exemplo de vida evangélica, traduzida em serviço aos pobres, promoção das mulheres e compromissos comunitários. Sua história reforça a importância do papel da mulher na Igreja e na sociedade, demonstrando que a fé deve caminhar de mãos dadas com a ação social e inclusiva.
Esta notícia foi originalmente publicada pela ACI Prensa, parceiro de notícias do CNA, e adaptada para o português pela CNA. Para mais detalhes, acesse fonte oficial.

