O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está se preparando para uma delicada tomada de decisão: a escolha de seu indicado para a vaga deixada por Luis Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo informações de auxiliares, Lula planeja conversas com o senador Rodrigo Pacheco, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, além de uma série de encontros com ministros do STF antes de oficializar seu escolhido. Apesar de Pacheco e Dantas estarem entre os cotados, o advogado-geral da União, Jorge Messias, continua como o favorito do presidente.
A escolha estratégica e os desafios no Senado
Há três semanas, Lula havia conversado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e decidiu adiar a definição do novo nome para a Corte, com o intuito de consolidar melhor sua indicação. A preocupação central gira em torno de como Messias será recebido no Senado. Informações apontam que o nome de Pacheco é considerado mais palatável para a maioria dos parlamentares, o que complica a situação do advogado-geral da União.
A expectativa do círculo próximo a Lula é que o ambiente político se torne mais favorável à indicação de Messias no Senado. Os diálogos que o presidente pretende manter não devem ser encarados como consultas, mas como uma estratégia para alinhar seu nome tanto junto à Corte quanto ao Senado.
Reuniões com ministros do STF
Recentemente, em encontros com ministros do STF, Lula discutiu a indicação a Corte. Em jantares que contou com a presença de Barroso e outros ministros como Flávio Dino, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, foram exploradas questões pertinentes à escolha próxima. O presidente também manifestou a intenção de dialogar com Pacheco e Dantas sobre sua decisão, buscando minimizar qualquer ressentimento entre os nomes cotados.
Durante a Conferência das Partes (COP) realizada em Belém, Lula teve a oportunidade de se encontrar com Bruno Dantas, mas de acordo com relatos, a questão da indicação ao STF não foi abordada entre eles.
Preparação para a decisão e o panorama político
Quando Lula selecionou Flavio Dino para a vaga de Rosa Weber em novembro de 2023, também fez questão de comunicar a Jorge Messias que ele não havia sido escolhido na ocasião. Essa estratégia de comunicação visava evitar surpresas e desgastes desnecessários com os nomes que não foram selecionados.
Na segunda-feira, após retornar de Belém, onde participou de eventos da COP 30, a escolha do novo integrante do STF voltou a ser um dos principais tópicos nas discussões políticas em Brasília. Segundo o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), é esperado que Lula tenha uma conversa decisiva com Pacheco ainda esta semana. Wagner reafirmou que é improvável uma reversão na escolha por Messias, sinalizando a firmeza do presidente em sua decisão.
Apoio à indicação de Messias
Outro importante aliado de Lula, o presidente do PT, Edinho Silva, expressou que a estratégia do presidente em relação à escolha de seu indicado é valorizar o Senado. Durante uma declaração à Record News, Edinho afirmou que Messias é um dos maiores juristas do país, com capacidade de diálogo e um perfil que pode equilibrar as concepções dentro do STF.
Segundo Edinho, a trajetória profissional de Messias e sua identificação religiosa são fatores que podem contribuir para uma representação diversificada na Corte, beneficiando a sociedade como um todo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agora se vê diante de um desafio político significativo, onde cada passo deve ser cuidadosamente calculado para garantir uma escolha que não apenas reflita suas preferências, mas que também tenha a aceitação do Senado e da população.
À medida que a tensão política se intensifica, o governo federal se prepara para um momento decisivo que poderá definir o rumo do STF nos próximos anos.
