A manhã desta sexta-feira (7) registra estabilidade nos mercados financeiros brasileiros e internacionais, com o dólar operando em ligeira queda e o Ibovespa abrindo em alta. O câmbio iniciou a sessão com recuo de 0,02%, cotado a R$ 5,3470 às 9h15, refletindo expectativas dos investidores após resultados corporativos e dados econômicos divulgados nesta semana.
Mercado atento às decisões do Federal Reserve e resultados corporativos
Nos Estados Unidos, os investidores aguardam discursos de membros do Federal Reserve (Fed) ao longo do dia, em busca de sinais sobre possíveis cortes adicionais de juros na próxima reunião, marcada para dezembro. “As falas dos dirigentes do Fed serão decisivas para definir o ritmo da política monetária”, afirmou Ana Paula Lopes, economista-chefe da corretora XP.
Já no Brasil, atenção ao cenário doméstico se volta para os balanços de grandes empresas, com destaque para a Petrobras. A estatal anunciou lucro líquido de US$ 6,03 bilhões no terceiro trimestre, alta de 2,7% em relação ao mesmo período de 2024, e divulgará um pagamento de R$ 12,2 bilhões em dividendos, o que deve impulsionar o desempenho do Ibovespa nesta manhã.
Indicadores econômicos e impacto no mercado
Na agenda econômica, foram divulgados nesta manhã o IGP-DI de outubro, que caiu 0,03%, e o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de setembro, que registrou alta de 0,14%. Além disso, às 10h, saiu a produção industrial do mesmo mês, que deve ajudar a compreender o ritmo da atividade econômica brasileira. O resultado do IGP-DI foi inferior às expectativas de analistas, refletindo uma desaceleração nos preços de produtos agropecuários e energia.
Segundo o economista Matheus Dias, do FGV Ibre, a redução nos preços agropecuários impulsionou o desempenho do índice. “Houve queda generalizada de produtos como trigo, soja, café e leite in natura, o que contribuiu para o resultado abaixo do esperado”, explicou.
Paralisação do governo americano e seus efeitos econômicos
Na política internacional, a paralisação do governo dos EUA completa 37 dias, a mais longa da história do país, causando impactos relevantes na economia. Entre os efeitos, estão a redução de 10% nos voos em 40 aeroportos e a interrupção de programas sociais, como assistência alimentar para cerca de 42 milhões de pessoas.
O secretário de Transportes, Sean Duffy, afirmou que as companhias aéreas estão ajustando operações de forma organizada. Estimativas indicam que, se a paralisação persistir por mais uma semana, o impacto na economia americana pode atingir US$ 11 bilhões, agravando a instabilidade do cenário global.
Mercado internacional e tendência dos principais índices
Os mercados globais exibiram um movimento de cautela nesta manhã. Na Bolsa de Nova York, o S&P 500 caiu 1,09%, enquanto o Nasdaq recuou 1,90%, refletindo preocupações com o setor de tecnologia e as incertezas fiscais. Na Europa, os principais índices encerraram em baixa, aguardando a decisão do Banco da Inglaterra sobre a taxa de juros, com expectativas de corte para 3,75%. Por outro lado, as bolsas asiáticas tiveram alta, impulsionadas por avanços no setor de semicondutores e inteligência artificial, com destaque para a recuperação do índice de Xangai, que voltou a marcar 4.000 pontos.
O cenário internacional, aliado às expectativas por novos movimentos de política monetária, influencia diretamente o comportamento do mercado brasileiro nesta manhã, que permanece de olho nos indicadores econômicos e nas negociações globais.
Este contexto reforça a tendência de estabilidade no curto prazo, com o mercado favorecendo resultados sólidos das empresas e dados positivos de inflação e produção. A atenção permanece voltada às próximas decisões de bancos centrais e às eventuais medidas de estímulo ou contenção de riscos econômicos.
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