Brasil, 8 de dezembro de 2025
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Desvendando o final do suspense indiano na Netflix, Baramulla

Análise do suspense de Kashmir que mistura trauma político, espiritualidade e horror para revelar verdades profundas

Ambientado em dezembro de 2016 na nevada região de Kashmir, o filme indiano na Netflix, Baramulla, revela uma trama que une mistério policial, trauma político e sobrenatural, refletindo sobre fé, dor e redenção.

Trauma histórico e suas manifestações no presente

O enredo acompanha o DSP Ridwaan Sayyed, interpretado por Manav Kaul, enviado a uma pacata cidade de Kashmir para investigar o desaparecimento de crianças. A casa onde ele e sua família se mudam possui uma história sombria, ligada ao massacre de uma família pandit durante os conflitos dos anos 1990. A tragédia deixou espíritos presos na residência, que emergem através de manifestações como flores brancas, simbolizando a presença dos fantasmas das vítimas.

Os mistérios das crianças desaparecidas e a descoberta espiritual

Inicialmente, Ridwaan acredita que extremistas locais sequestram as crianças para recrutamento, mas a narrativa revela uma trama mais complexa. As crianças desaparecem após tocarem flores brancas, que representam os espíritos do sítio Sapru, uma antiga família indígena. Esses fantasmas atuam como salvadores, resgatando as crianças do domínio dos extremistas e mantendo-as protegidas em um reino espiritual.

A reversão dos papéis do horror

O filme inverte a lógica do horror convencional ao mostrar que os fantasmas não são os algozes, mas os agentes de salvação. Enquanto os extremistas Juneid e Khalid tentam capturar e transformar as crianças, espíritos como os de Eela e Mansi Sapru impedem suas ações, protegendo os altamente vulneráveis.

O confronto final e a revelação de Zainab

Numa cena climática, a casa antiga se torna palco de uma batalha violenta. Os Espíritos de Sapru ressurge como protetores, embora Juneid consiga escapar com Zainab, uma professora que teria entregue as crianças aos extremistas na infância. Zainab, que mais tarde se revela como Bhaijaan, líder extremista, usava sua posição de educadora para infiltrar-se na comunidade e recrutar jovens para uma causa ultraviolenta.

Após o confronto, a verdade emerge: Ridwaan usa o telefone de Juneid para contatar Bhaijaan, que é Zainab. Assim, o filme reforça a ideia de caráter coletivo do trauma de Kashmir, onde a história não se apaga, apenas renasce na memória coletiva.

O encerramento com esperança e conexão histórica

Na conclusão, Ridwaan e sua família deixam Kashmir, enquanto, em Mumbai, uma cena emocional mostra Ayaan entregando uma concha de praia ao velho Sharad Sapru, sobrevivente do massacre. A imagem simboliza uma reconciliação espiritual e uma esperança de paz, encerrando o filme com a ideia de que os espíritos finalmente encontram descanso.

Baramulla, assim, vai além do suspense sobrenatural, tornando-se uma metáfora poderosa sobre culpa, memória e a luta pela liberdade em Kashmir. A história revela como os fantasmas representam as dores não resolvidas de um povo e sugere que o verdadeiro libertar-se do passado requer reconhecer e enfrentar essas feridas.

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