Brasil, 25 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Petrobras apresenta diesel renovável na COP30, mas gera polêmica

Petrobras oferecerá diesel coprocessado na COP30, gerando preocupações sobre sustentabilidade entre os produtores de biodiesel.

Belém – Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que acontece de 10 a 21 de novembro, a Petrobras anunciou que disponibilizará “diesel com conteúdo renovável” para o transporte rodoviário e para a geração de energia. No entanto, o uso deste combustível gerou debates, pois o produto em questão é um diesel coprocessado, classificado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) como um combustível de origem fóssil.

Diesel S10 com 10% de conteúdo renovável

Conforme declarado pela Petrobras, a companhia usará o Diesel S10, que contém 10% de conteúdo renovável, conhecido como R10. Este diesel será utilizado na frota de ônibus designada e nos geradores de energia elétrica que serão empregados durante o evento, adequando-se às necessidades operacionais. O “Diesel R” é uma mistura de derivados fósseis com uma parte de diesel renovável, sendo produzido na refinaria Repar, localizada em Paraná.

O HBio, uma mistura de óleo vegetal com petróleo, é patenteado pela Petrobras. A escolha desse combustível gerou uma reação do setor de biodiesel. Em entrevista ao Metrópoles, a Frente Parlamentar Mista do Biodiesel expressou preocupação com a decisão, alegando que empresas do setor propuseram alternativas que consideram mais sustentáveis.

Alternativas ao diesel coprocessado

Os produtores de biodiesel apresentaram a oferta de biodiesel 100% (B100), que não utiliza petróleo, para geradores estacionários da COP30. Além disso, propuseram o B25, que é uma mistura de 25% de biodiesel e 75% de diesel derivado do petróleo, para o transporte coletivo durante o evento. Atualmente, o Brasil adotou o B30 como padrão nas bombas comerciais de combustível, o que já demonstra um movimento em direção a combustíveis mais limpos.

A definição de biocombustíveis e suas implicações

A controvérsia se intensifica ao notar que o “diesel R” ou HBIO é considerado por muitos como um produto que, apesar da adição de fração renovável, não se caracteriza como um biocombustível verdadeiro. O grupo de deputados liderado por Alceu Moreira (MDB-RS) destaca que o diesel coprocessado não é renovável por definição legal, carece de rastreabilidade e não possui uma especificação reconhecida como biocombustível pela ANP. Ademais, não está inserido na Lei do Combustível do Futuro, que visa promover combustíveis mais sustentáveis.

O papel da Petrobras na transição energética

A Petrobrás, com sua grande influência no setor energético brasileiro, está sob intenso escrutínio. A decisão de mostrar um diesel coprocessado durante a COP30 pode ser vista como uma tentativa de promover sua imagem como uma empresa preocupada com a sustentabilidade, mas ao mesmo tempo, gera questões sobre a autenticidade de suas ações. A transição energética no Brasil demanda um comprometimento mais profundo com combustíveis verdadeiramente renováveis.

Portanto, a discussão não se limita apenas ao combustível que será disponibilizado durante a COP30, mas também acerca do futuro da matriz energética brasileira, que deve considerar as reais implicações ambientais e a verdadeira sustentabilidade. Enquanto isso, a pressão sobre a Petrobras e suas políticas de combustível continua a crescer, à medida que a sociedade civil e os representantes do setor de biodiesel pleiteiam por uma transição real.

A COP30 é uma oportunidade crucial para que o Brasil se posicione não apenas como um grande produtor de combustíveis fósseis, mas também como líder em soluções de energia renovável. O desafio está em como alavancar essa mudança de forma que realmente beneficie a todos e respeite o meio ambiente.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes