Nesta quinta-feira (6), o dólar inicia as operações em alta, refletindo o cenário interno de estabilidade na política monetária brasileira e os impactos do impasse nos Estados Unidos. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, sobe 0,78% na semana, sustentando a recuperação após meses de forte valorização.
Copom decide manter a Selic em 15%
O Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou a estabilidade da taxa básica de juros, que permanece em 15% ao ano. A decisão era amplamente esperada pelo mercado, que acompanha de perto os efeitos da alta contínua e da imunidade da política monetária às pressões externas recentes.
Segundo o Banco Central, o cenário internacional ainda exige cautela devido às incertezas nos Estados Unidos, especialmente diante do impasse do governo e sua influência sobre os mercados globais. “O ambiente externo mantém-se desafiador, o que demanda atenção redobrada”, declarou o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Influência das discussões econômicas internacionais
Nos EUA, a paralisação do governo, que totaliza 36 dias, representa o maior shutdown da história do país. Impactos diretos incluem atrasos em pagamentos a servidores públicos, suspensão de serviços essenciais e o risco de uma queda estimada em US$ 11 bilhões na economia, caso persista por mais uma semana, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso.
Ainda na agenda internacional, autoridades do Federal Reserve (Fed) participam de eventos ao longo do dia. As falas de Michael Barr, John Williams, Christopher Waller e Henry Paulson movimentam os investidores, enquanto dúvidas aumentam sobre os próximos passos na política de juros dos EUA.
Perspectivas para o mercado brasileiro
O dólar, que acumulou queda de 0,35% na semana, abriu o dia com alta, refletindo a atenção dos investidores às incertezas econômicas e políticas internas. Em contrapartida, o Ibovespa, que acumula alta de 25,29% no ano, registra leve recuo antes da divulgação de resultados empresariais relevantes.
Entre as empresas que divulgarão balanços neste período estão Petrobras, Suzano e Magazine Luiza, cujo desempenho poderá influenciar as próximas sessões de mercado.
Cenário global e eventos relevantes
Em Belém, dá início à COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, com a presença de líderes internacionais incluindo os presidentes da França, África do Sul, Quênia e o primeiro-ministro do Reino Unido. O encontro é crucial para definir estratégias globais de transição energética e combate à crise ambiental.
Nos mercados globais, os índices de Wall Street iniciaram o dia com estabilidade após alta na sessão anterior, impulsionada por dados positivos de criação de vagas no setor privado dos EUA, enquanto na Europa as negociações continuam cautelosas devido às preocupações com sobrevalorização.
Na Ásia, o Nikkei valorizou-se 2,5%, enquanto as ações chinesas avançaram, especialmente no setor de energia solar e tecnologia, diante de um cenário de nervosismo em segmentos mais defensivos.
Assim, a combinação de fatores internos e externas posiciona o mercado brasileiro em um momento de estabilidade, com atenção voltada para os próximos movimentos do Federal Reserve, as decisões do Congresso dos EUA e as negociações internacionais na COP30.

