Brasil, 21 de dezembro de 2025
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2025 pode ser o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado

Relatório da OMM alerta que aquecimento global continua em ascensão.

Um relatório produzido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), alerta que 2025 pode se tornar o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado, superado apenas por 2024. Essa tendência reflete um aquecimento “excepcionalmente alto” que tem se mantido ao longo da última década. O estudo indica que os últimos 11 anos, de 2015 a 2025, estabelecerão novos recordes de temperatura, conforme os dados de 176 registros de observação.

Aumento drástico das temperaturas

De acordo com os dados analisados no relatório, a temperatura média próxima à superfície, entre janeiro e agosto deste ano, foi de 1,42 °C acima da média pré-industrial, ficando logo abaixo dos índices registrados em 2024. Essa elevação nas temperaturas globais é consequência do fim do fenômeno El Niño, que, em 2023 e 2024, elevou ainda mais os termômetros ao redor do mundo.

A OMM ressalta que, em um período de 26 meses, compreendendo de junho de 2023 a agosto de 2025, apenas um mês — fevereiro de 2025 — foi identificado como significativamente mais frio em comparação aos mesmos meses de 2022 ou anos anteriores. Isso destaca a magnitude das temperaturas altas observadas nos restantes dos meses.

Gases de efeito estufa em níveis alarmantes

Outro ponto crítico abordado no relatório é o aumento constante das concentrações de gases de efeito estufa, que atingiram níveis recordes em 2024 e continuam a crescer em 2025. A concentração atmosférica de CO₂, por exemplo, saltou de cerca de 278 partes por milhão (ppm) em 1750 para 423,9 ppm em 2024, o que representa um aumento de 53%. A taxa média de crescimento do CO₂ na última década foi de 2,57 ppm anualmente, com um aumento recorde de 3,5 ppm de 2023 a 2024.

As emissões derivadas de combustíveis fósseis permanecem a principal fonte de emissões humanas desde a década de 1950. O relatório também aponta que as concentrações globais de CH₄ (metano) cresceram de 729 partes por bilhão (ppb) em 1750 para 1.942 ppb em 2024, um aumento alarmante de 166%. Para o N₂O (óxido nitroso), as concentrações aumentaram de 270 ppb para 338,0 ppb, somando um crescimento de 25% nesse período.

Impossibilidade de limitar o aquecimento global

“Essa sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada com o aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta. Mas a ciência também é clara ao afirmar que ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas para 1,5 °C até o final do século”, declarou a Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo.

A meta de 1,5 °C tem sua origem no Acordo de Paris, firmado em 2015, que busca limitar o aumento da temperatura global a 2 °C, com ideal de alcançar a barreira de 1,5 °C. Entretanto, o relatório em questão expressa preocupações sobre o caminho atual dos esforços climáticos. “Não estamos no caminho para atingir as metas do Acordo de Paris. Outros indicadores climáticos continuam a soar alarmes, e eventos climáticos extremos tiveram grandes impactos globais nas economias e em todos os aspectos do desenvolvimento sustentável”, registra o documento.

Preparação para a COP30 em Belém

Ambos os relatórios lameadas são publicados antes da abertura oficial da Cúpula da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA). Na ocasião, vários chefes de estado e delegações internacionais se reunirão para discutir políticas climáticas para os próximos anos.

Apesar das preocupações, Celeste Saulo aponto que existem também razões para otimismo: “Há boas notícias: a energia renovável está se expandindo. Os planos de ação climática estão sendo cada vez mais orientados por serviços climáticos baseados em evidências científicas. Alertas antecipados estão alcançando mais pessoas, em mais lugares, e salvando mais vidas”, concluiu a Secretária-Geral.

Com todas essas informações, fica claro que a mudança climática é um desafio crescente para a humanidade, exigindo ações urgentes e coordenadas para mitigar suas consequências e proteger o planeta para as futuras gerações.

Foto colorida mostra emissão de carbono na atmosfera - Metrópoles - aquecimento global

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