Na tarde desta quarta-feira (5), a Polícia Militar realizou uma operação de busca e apreensão na Usina Carolo S/A Açúcar e Álcool, localizada em Pontal, São Paulo. O local enfrenta investigações por envolvimento em um esquema de crime organizado que foca em fraudes milionárias no setor de combustíveis. A apreensão das máquinas, avaliadas em R$ 50 milhões, foi uma ação para a reintegração de posse de equipamentos agrícolas que estão sob disputa judicial.
Contexto da apreensão e justificativas
A ação foi viabilizada por uma empresa de locação que alega que o aluguel das máquinas não era pago desde maio deste ano. Segundo o contrato firmado em março de 2023, o valor mensal para locação é de R$ 1.107.851,56, totalizando mais de R$ 8 milhões ao longo do ano. Este acordo previa um pagamento ajustado para o período da safra, de maio a dezembro. Contudo, a empresa locatária também mencionou a inadimplência contratual como uma das razões para a retomada dos bens.
Além dos aspectos financeiros, um documento acessado pela reportagem indica que os sócios da Usina Carolo, Mohamed Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, têm ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa conhecida em São Paulo. Essa conexão com o crime organizado levantou ainda mais suspeitas sobre as operações da usina, levando as investigações a se intensificarem.
Máquinas apreendidas e suas implicações
Durante a operação, foram apreendidas diversas máquinas que estavam sob locação, incluindo:
- 6 colhedoras de cana
- 6 tratores agrícolas de 230 CV
- 6 tratores agrícolas de 185 CV
- 12 máquinas de transbordo para cana picada
- 2 caminhões combeiro
- 1 caminhão comboio
- 1 caminhão baú oficina
A Polícia Militar, acompanhada de um oficial de Justiça, esteve presente na usina durante a operação. Contudo, até o fechamento desta reportagem, não houve retorno da usina sobre as alegações e a situação das máquinas apreendidas.
As investigações em torno da usina
A Usina Carolo já havia ganhado destaque em uma megaoperação do Ministério Público, que investiga o envolvimento do crime organizado em fraudes no setor de combustíveis. A operação revelou que esse esquema criminoso começa no campo com a produção e chega aos postos de combustíveis, envolvendo pessoas de diversas áreas, incluindo o setor financeiro.
O proprietário da usina, Mohamed Hussein Mourad, está foragido. As investigações ainda apontam que ele possui envolvimentos em outras usinas no estado, potencialmente ligadas ao mesmo esquema fraudulento. A usina era um elo crucial na rede que desviava e adulterava combustíveis, tendo um papel significativo nas operações ilegais que movimentavam bilhões de reais no mercado.
O papel das empresas no esquema criminoso
Uma das empresas mencionadas nas investigações é a BK, que atua na consultoria de serviços financeiros e é suspeita de ter lavado mais de R$ 40 bilhões nos últimos quatro anos. As investigações indicam que a BK criava subcontas bancárias que não eram rastreadas, permitindo que os lucros obtidos com o crime fossem aplicados em fundos de investimento para proteção e ocultação de bens.
A operação que resultou na apreensão das máquinas em Pontal é mais um capítulo de um problema crescente no Brasil, onde a intersecção entre o crime organizado e setores legalizados, como o de combustíveis, levanta preocupações sobre a segurança e a integridade do mercado. À medida que as investigações avançam, o impacto das ações da Polícia e do Ministério Público parecem promissores na luta contra fraudes e crimes organizados.
Estadistas e a sociedade civil precisam estar atentos a esses acontecimentos. Além da busca por justiça, é essencial garantir que operações semelhantes não se repitam e que medidas eficazes sejam tomadas contra a corrupção e o crime organizado em todos os níveis.
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