Na quarta-feira (5), o Ibovespa atingiu seu oitavo recorde consecutivo, encerrando acima dos 153 mil pontos e refletindo o otimismo dos investidores. Ao mesmo tempo, o dólar teve desvalorização de 0,7%, cotado a R$ 5,36, influenciado por expectativas de manutenção da taxa Selic e sinais de menor aversão ao risco global.
Recordes e fatores que impulsionam a Bolsa brasileira
O Ibovespa fechou o dia em alta de 1,72%, aos 153.294 pontos, impulsionado por sinais do Comitê de Política Monetária (Copom) e otimismo com a política externa dos Estados Unidos e China. A expectativa é que o Banco Central mantenha a taxa básica de juros em 15%, conforme indica a mediana das projeções das instituições financeiras, mas o mercado espera que o comunicado do Copom sinalize um possível ciclo de cortes futuros.
Sinalizações do Copom e o mercado de renda variável
Segundo Matheus Amaral, analista do Banco Inter, a alta do índice brasileira refletiu as expectativas de que o comunicado do Copom possa indicar uma mudança de postura na política de juros, com uma abordagem mais “dovish” (suave). “Hoje o mercado espera manutenção, mas que o comunicado indique um próximo ciclo de cortes. A perspectiva macro ajuda, pois há menos pressões inflacionárias”, disse.
Perspectivas econômicas e avaliação de mercado
O boletim do Banco Central, divulgado nesta semana, aponta que as instituições financeiras veem o IPCA atingindo o teto da meta de 4,5% ao ano, reforçando uma política monetária mais acomodativa. Além disso, a avaliação de que os múltiplos da Bolsa brasileira estão mais baratos em relação a outros mercados emergentes também impulsiona o apetite de investidores locais e estrangeiros.
De acordo com Daniel Balaban, broker da XP em Nova York, o valor mais atrativo da Bolsa brasileira se dá pelo menor índice de preço/lucro, de aproximadamente 8,4x — bastante abaixo da média histórica de 11x e dos 22,5x dos Estados Unidos. “Quando a taxa cair, os múltiplos tendem a se expandir. Há exposição a recursos naturais, bancos e uma demanda doméstica crescente”, explicou.
Câmbio e fatores externos
O real foi o melhor desempenho entre as 31 moedas mais líquidas do mundo, com desvalorização do dólar de 0,7%, cotado a R$ 5,36. Analistas atribuem essa valorização ao cenário de apetite a risco impulsionado pela reunião do Copom, além de pesquisas eleitorais que indicam menor risco de instabilidade política.
Gustavo Okuyama, gestor da Porto Asset, destacou que há um movimento de fortalecimento de moedas emergentes, como peso mexicano e peso colombiano, refletindo uma maior busca por risco. Já Vinicius Alves, da Tullet Prebon, apontou que uma pesquisa recente mostrando o enfraquecimento da popularidade do governo também contribuiu para a redução do dólar no mercado.
Expectativas futuras e cenários internacionais
Especialistas avaliam que a combinação de resultados corporativos positivos, expectativa de manutenção da taxa de juros e cenário internacional mais tranquilo deve seguir sustentando o bom desempenho do mercado brasileiro. A expectativa é que o cenário de nova manutenção da Selic se mantenha, enquanto o mercado monitora sinais do Banco Central e movimentos econômicos globais.
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