Brasil, 21 de dezembro de 2025
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Governador Cláudio Castro faz queixa sobre governo Lula após operação no Rio

Governo do Rio de Janeiro critica a falta de apoio federal durante operação contra o Comando Vermelho, após 121 mortes.

Após uma semana repleta de divergências, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, fez uma última reclamação sobre a falta de comunicação com o governo federal, destacando que não recebeu nenhuma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à recente operação contra o Comando Vermelho, que resultou em 121 mortes. A reunião entre Castro e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, buscou minimizar os desentendimentos e promover uma colaboração futura.

Críticas durante e após a operação

Na terça-feira, data em que a megaoperação teve início, Castro afirmou que o governo federal havia negado ao estado a solicitação de veículos blindados, embora essa informação tenha sido oficialmente desmentida pelo Palácio do Planalto. A Advocacia-Geral da União (AGU) explicou que a cessão de veículos só poderia ocorrer após a emissão de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

O governador expressou sua frustração ao afirmar que houve uma mudança de posição por parte do governo federal em relação ao empréstimo de veículos, alegando que a operação envolvia servidores federais que necessitavam de uma GLO – uma declaração que contradiz a postura do presidente Lula, que se opõe a essa medida.

Esforços para a cooperação

Apesar das queixas, Cláudio Castro não buscou um contato direto com o presidente após a operação, no entanto, Lula enviou Lewandowski e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, ao Rio para oferecer assistência. Castro, por sua vez, tentou se reunir com Lula em diversas ocasiões ao longo dos últimos seis meses, mas sem sucesso.

Durante uma coletiva de imprensa, o governador mencionou a intenção de trabalhar em conjunto e não se deixar abater pelas dificuldades. “A gente não vai ficar chorando pelos cantos, vamos ficar trabalhando”, reforçou Castro.

Reunião para o fortalecimento da segurança

Na sexta-feira seguinte à operação, governadores e representantes do governo federal se reuniram e prometeram colaboração em ações de segurança. Um escritório conjunto de combate ao crime foi proposto, integrando o secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, e o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo. O aumento do efetivo da Polícia Rodoviária Federal em 50 homens e a ampliação das operações de inteligência no estado também foram discutidos como parte das iniciativas.

Respostas do governo Lula

Os auxiliares de Lula expressaram contrariedade em relação às críticas de Castro, reafirmando que a cúpula da segurança pública já havia sido enviada ao Rio. A insatisfação foi acentuada pela falta de comunicação formal entre o governo fluminense e o federal durante a operação, com a ministra Gleisi Hoffmann sugerindo que o planejamento do evento poderia ter sido mais colaborativo. Ela questionou: “Eles deveriam ter solicitado para que o governo federal, desde o início, participasse do planejamento, avaliasse os riscos, colocasse a inteligência.”

A visão de Lula sobre o combate ao crime

O presidente Lula se manifestou nas redes sociais, destacando que a violência não é solução para o combate ao crime e enfatizando que “matar 120 pessoas não adianta nada”. Sua postagem instiga um debate mais amplo sobre o combate ao crime no país, propondo que a inteligência e estratégias menos violentas devem ser prioridade.

A ordem na Secretaria de Comunicação Social é de que o presidente mantenha distância do tema, o que sugere uma estratégia de evitar maiores polêmicas em relação à operação. As falas do presidente trazem à tona a necessidade de um olhar mais crítico sobre as ações empreendidas, buscando alternativas ao uso da força.

Conclusão e próximos passos

A relação entre o governo do Rio e a administração federal continua complexa, especialmente em momentos críticos como este em que a violência alcança níveis alarmantes. Com a criação do escritório conjunto e a intenção de fortalecer a cooperação em segurança pública, espera-se que os diálogos continuem, visando a construção de estratégias mais eficazes e pacíficas para enfrentar o crime organizado no estado.

Este episódio revela não apenas os desafios políticos entre Castro e Lula, mas uma necessidade urgente de diálogo e uma abordagem coordenada que priorize a segurança da população e a redução de mortes desnecessárias.

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